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Sensação na eleição presidencial ao obter 17,9% dos votos, o partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) deverá ter um desempenho bem mais modesto no pleito legislativo da França.

Sem a força do apelo do voto pessoal na carismática líder Marine Le Pen, e sujeita aos jogos de poder nos tabuleiros políticos locais, a extrema-direita, segundo as pesquisas de opinião mais otimistas, não elegerá mais do que oito deputados para a Assembleia Nacional. "Eu prevejo somente de dois a três deputados eleitos pela FN", diz o analista político Jean-Luc Pouthier.

Esse pequeno número já bastaria, no entanto, para reconduzir o partido ao Parlamento pela primeira vez desde 1997, e significaria o segundo maior número de deputados eleitos pela sigla na História - já que o sistema francês, de eleição distrital onde cada candidato é eleito por maioria absoluta em dois turnos dificulta que legendas menores furem o domínio dos partidos tradicionais.

A principal incógnita em relação ao papel da extrema-direita nesta eleição é o de saber qual será a sua capacidade de prejudicar os candidatos conservadores em disputas no segundo turno com os socialistas, o que poderia favorecer a vitória da esquerda na ausência de alianças da FN com a direita da UMP. A falta de um acerto oficial neste sentido acabou levando Marine Le Pen a pregar voto em branco no segundo turno da eleição presidencial, frustrando a esperança de Nicolas Sarkozy de obter o seu apoio.

"Será interessante observar se haverá acordos políticos não oficiais, o que acredito que ocorrerá em alguns locais, para impedir a vitória de socialistas - acrescenta Pouthier.

Uma das disputas mais emblemáticas deste domingo ocorrerá em Hénin-Beaumont, tradicional feudo de Marine de Le Pen, onde a chefe da FN buscará um assento na Assembleia Nacional e enfrentará o líder da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, quarto colocado nas eleições presidenciais. Nas últimas sondagens, a candidata da extrema-direita aparece à frente, com Mélenchon em terceiro lugar, atrás do socialista Philippe Kemel.

A esperada alta abstenção de eleitores neste domingo é apontada como desfavorável aos candidatos de extrema-direita, que teriam maior dificuldade em chegar ao segundo turno.

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