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Pelo menos 17 árabes condenados ou ligados ao terrorismo conseguiram a cidadania americana ou o visto de residência permanente nos Estados Unidos casando-se com mulheres americanas nos últimos 15 anos, afirmou um levantamento divulgado nesta terça-feira, que pediu que as leis de imigração sejam impostas com mais rigor.

O relatório, de autoria de Janice Kephart, ex-consultora da comissão que investigou os ataques de 11 de setembro de 2001, afirmou que pelo menos nove dos casamentos eram forjados, com o único objetivo de "infiltrar" os homens nos EUA, para que pudessem operar livremente no país.

Em um dos casos, Khalid Abu Al-Dahab casou-se com três americanas num curto espaço de tempo atéconseguir obter o visto permanente de residência.

- Durante seus 12 anos nos Estados Unidos, ele forneceu dinheiro e documentos de viagem fraudados a terroristas do mundo todo. Essas atividades o ligaram a vários ataques, incluindo as explosões de 1998 na África Oriental - disse Kephart.

Mais de 200 pessoas morreram nos ataques quase simultâneos contra as embaixadas dos EUA em Nairóbi, no Quênia e em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, em agosto de 1998.

O relatório afirmou que três outros réus envolvidos nos ataques também se casaram com cidadãs americanas. Dois obtiveram vistos permanentes de residência e o terceiro conseguiu a cidadania.

Várias outras pessoas ligadas ao Hezbollah, guerrilha libanesa que costuma atacar Israel, entraram no país com vistos de turistas e pagaram a cidadãs americanas para se casar com eles pouco depois de sua chegada, para que pudessem ficar indefinidamente no país.

Steve Camarota, do Centro para Estudos de Imigração, que publicou o trabalho, disse que as autoridades da imigração dos EUA estão sobrecarregadas pelo número de pessoas com que têm que lidar e não podem realizar verificações adequadas quanto à segurança.

O centro defende a redução da emigração legal para os EUA.

- Não dá para ter esse nível de imigração e esse nível de recursos e ainda assim manter os bandidos lá fora - disse Camarota.

O relatório de Kephart, que analisou os históricos de 94 imigrantes suspeitos ou condenados por terrorismo entre meados dos anos 1990 e 2004, documentou várias outras estratégias para obter o status legal.

Segundo ela, 59 dos imigrantes cometeram fraudes imigratórias antes de participar de atividades terroristas. Houve 11 casos de passaportes falsos e dez de vistos falsos.

Outros conseguiram vistos emitidos especialmente para ministros ou religiosos. Muhammad Khalil, imã de uma mesquita localizada num porão do Brooklyn, em Nova York, assinou mais de 200 pedidos de visto religioso por uma taxa de US$ 5.000 a US$ 6.000. Ele também vendeu cartões do seguro social por US$ 2.300, carteiras de motoristas e diplomas universitários.

Khalil acabou sendo detido e condenado por várias acusações de fraude em 2004.

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