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Protestos em Mianmar
Manifestantes exigem a libertação da líder Aung San Suu Kyi em protesto contra o golpe militar em Yangon, Mianmar, no início de fevereiro| Foto: Ye Aung THU / AFP

Uma nova onda de protestos tomou as ruas de Mianmar neste domingo (21), após o Facebook banir a principal página das Forças Armadas do país, responsável por um golpe no último dia 1º. "Em linha com nossas políticas globais, removemos a página da equipe de informações do Tatmadaw [o Exército mianmarense] por violações repetidas de nossos padrões que proíbem o incitamento à violência e os danos coordenados", disse um porta-voz da rede social.

O Facebook vem desabilitando sistematicamente página de militares e grupos antidemocráticos no país após críticas da comunidade internacional sobre a permissividade da plataforma aos discursos de ódio. Desde 2018, o general Min Aung Hlaing, que comanda as Forças Armadas, e outros 19 oficiais e organizações, já haviam sido banidos da rede social.

Tal ação levou a plataforma a ser bloqueada no país logo após a tomada de poder pelo Exército.

Os protestos deste domingo reforçam uma série de atos civis em favor da democracia que vêm ocorrendo nas últimas semanas no país. Os manifestantes são favoráveis à conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, e ao presidente Win Myint, que foram depostos e detidos pelos militares após eleições no início do ano. O partido de Kyi, a LDN, teve uma vitória acachapante sobre a sigla apoiada pelo Exército de Mianmar.

Com justificativas obscuras, as Forças Armadas optaram pela tomada forçada do poder no dia da posse da nova legislatura.

Os confrontos em Mianmar já levaram à prisão 569 pessoas e deixaram três mortos. De acordo com os civis, as Forças Armadas têm reagido com violência aos atos.

Mianmar tem um histórico sangrento de luta pelos direitos civis. O país viveu sob o regime militar de 1962 a 2011. Em 1988, uma revolta popular levou à morte de 3 mil pessoas. Em 2011, o país finalmente teve suas eleições e Thein Sein, general reformado, assumiu o poder. Em 2015, a LND conquista maioria nas duas Casas no Parlamento e, em 2016, o país elege seu primeiro presidente civil, Htin Kyaw.

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