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O presidente russo, Vladimir Putin, em um encontro em Moscou, em abril de 2022.
O presidente russo, Vladimir Putin, em um encontro em Moscou, em abril de 2022.| Foto: EFE/EPA/VLADIMIR ASTAPKOVICH

“Ele arruinou completamente a economia da Rússia, da Ucrânia e muitas outras. O problema é com a cabeça. Um maluco pode virar o mundo de cabeça para baixo.” Na semana passada, a New Lines Magazine - revista americana focada em assuntos internacionais - publicou trechos da gravação de uma conversa com um oligarca ligado ao Kremlin, que confirmariam as suspeitas de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sofre de um câncer terminal.

Segundo a revista, o oligarca, que teve relações muito próximas com Putin, não sabia que estava sendo gravado. "Todos esperamos que Putin morra de câncer ou de alguma intervenção interna em Moscou, para poupar a Rússia de mais infortúnios", disse ainda o antigo contato próximo de Putin, que não foi identificado.

As sondagens sobre uma possível doença grave existem há anos. Com a invasão da Ucrânia, as suspeitas aumentaram e ganharam ainda mais repercussão na internet e nos meios de comunicação. De acordo a fala publicada pela New Lines, Putin sofre de um câncer de sangue.

Outras fontes sugerem que Putin tem um tumor na tireoide. Em abril, o jornalista Roman Badanin, do meio de comunicação russo Proekt e refugiado nos Estados Unidos, disse ao canal francês BFMTV que existem evidências da doença há anos. "Nossas investigações não confirmam o câncer na tireoide, mas Putin está rodeado de médicos há cinco ou sete anos".

Ainda de acordo com o jornalista russo, "cada vez que Putin vai a algum lugar, um dos acompanhantes mais frequentes é um médico especialista nesse tipo de câncer". Nos últimos quatro anos, esse profissional da saúde teria estado ao lado do líder russo cerca de 35 vezes e outros otorrinolaringologistas estiveram no gabinete quase 60 vezes.

Existem suspeitas também de Doença de Parkinson

No mês passado, viralizou no Twitter um vídeo em que Putin expressaria dores e tentaria controlar a tremedeira nas mãos. Essa seria uma possível evidência de que ele sofre da Doença de Parkinson. Conforme publicou a ex-deputada britânica Louise Mensch, a hipótese havia sido levantada pela primeira vez em 2020. Segundo ela, "fontes ligadas ao governo britânico indicavam que a doença progredia rapidamente".

Em novembro de 2020, o opositor a Putin Valery Solovei informou ao tabloide sensacionalista britânico The Sun que Vladimir Putin sofre, ao mesmo tempo, de câncer e Doença de Parkinson. De acordo com Solovei, o líder russo passou por uma cirurgia em novembro daquele ano.

Segundo o investigativo Proekt, o chefe de estado russo teria desaparecido do radar outras cinco vezes desde que está no comando do Kremlin: em novembro de 2012, em março de 2015, em agosto de 2017 , em fevereiro de 2018 e em setembro do ano passado. Nesses períodos, de acordo com o jornal, as reuniões teriam sido pré-gravadas, para esconder os contratempos do presidente.

Ainda de acordo com a mídia investigativa russa, Putin teria seguido conselhos do Ministro da Defesa, Sergeï Choïgu, fazendo tratamentos alternativos. Um deles seria o banho de sangue de chifre de veado, que serviria para fortalecer o sistema cardiovascular.

Putin fez isolamento radical na pandemia

Mais uma evidência de que Putin sofreria de uma doença grave é levantada por analistas: o líder russo fez um isolamento radical nos dois primeiros anos da pandemia de coronavírus. Ele exigia teste de PCR e em amostras fecais para fazer reuniões e ficava distante cerca de 6 metros de outras pessoas durante os encontros.

Em março, o jornalista Ben Judah, do francês Le Figaro, escreveu que Putin mudou o comportamento em 2020. "Desde o começo da crise sanitária, Putin deixou de se comportar como um macho alfa, ao ar livre, a cavalo ou sem camisa", apontou. "Em vez de demonstrar publicamente seu desdém pela pandemia, fechou-se quase totalmente", completou o jornalista. Segundo ele, esse cuidado seria justificado pelo fato de que Putin sofre de uma comorbidade que pode tornar a infecção por Covid-19 mais grave.

"Putin mudou completamente"

Em fevereiro, Sergueï Jirnov, que fez parte da KGB, assim como Putin, opinou sobre o estado de saúde do presidente russo no canal francês C8. "Ele está inchado. Dizem que ele está doente", fazendo uma referência ao possível uso de cortisona no tratamento de doenças crônicas.

"Minha fonte do Kremlin fala disso há três anos: que ele vai morrer, que está doente. Mas faz três anos que ele está lá, então nós desconfiamos disso", finaliza. O governo russo sempre negou oficialmente a existência de uma doença grave em Putin.

O ex-oficial da CIA John Sipher disse à New Lines que disseminar a informação sobre uma possível doença grave de Putin pode ser apenas uma estratégia do Kremlin. “O instinto deles é mentir e espalhar desinformação por um lado, e então essa conversa pode ser um esforço para desviar a atenção”, opinou Sipher.

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