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Nikki Haley
Nikki Haley disputa com Donald Trump a candidatura à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano.| Foto: EFE/EPA/ERIK S. LESSER

Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, ex-governadora da Carolina do Sul e pré-candidata que disputa a vaga da presidência pelo Partido Republicano com Donald Trump, foi alvo de comentários sarcásticos do rival neste sábado (10) em seu próprio estado.

"Onde está o marido dela? Ele foi embora. Desapareceu", disse Trump em um comício na Universidade da Carolina Costeira em Conway, Carolina do Sul. As primárias do estado acontecerão no dia 24.

Haley respondeu em nota pública em que acusou Trump de "ridicularizar o serviço militar do meu marido", o major Michael Haley, que está em missão militar no Chifre da África desde junho passado e teve experiência no Afeganistão. "Se você ridiculariza o serviço de um combatente veterano, você não merece uma carteira de motorista, que dirá ser presidente dos Estados Unidos", acrescentou a pré-candidata.

Ela também disse, em comício próprio, "Donald, se você tem algo a dizer, não diga pelas minhas costas. Suba no palco para debate e fale na minha cara". O ex-presidente tem evitado todos os debates nas primárias, e Haley tem usado a estratégia de desafiá-lo para um confronto verbal.

Michael Haley também respondeu, postando um meme de um lobo no X com a legenda "A diferença entre humanos e animais é que animais nunca deixariam os mais estúpidos serem os líderes do grupo".

O presidente Joe Biden também comentou o caso, na mesma rede social. "A resposta" para a pergunta de Trump "é que o major Haley está no exterior, servindo a seu país agora mesmo", disse.

"Sabemos que ele pensa que nossos soldados são 'otários', mas este cara não saberia o que é o serviço a seu país nem se fosse estapeado na cara por ele", provocou Biden, fazendo uma referência a uma acusação de John Kelly, ex-chefe de gabinete de Trump que alegou que ele não quis visitar um cemitério em Paris para americanos que morreram na Primeira Guerra porque o local estaria cheio de "otários" e "perdedores".

Kelly acusou Trump de outros episódios de insensibilidade para com os militares e heróis de guerra dos Estados Unidos. Ele teria dito no Cemitério Nacional de Arlington, em 2017, "não entendo, o que ganharam com isso?", se referindo aos soldados mortos. No ano passado, um porta-voz da campanha de Trump respondeu ao site Axios que "John Kelly agiu como um palhaço com essas histórias refutadas que ele fabricou porque não fez um bom serviço para o presidente enquanto trabalhou como chefe de gabinete".

Na primeira campanha para a presidência, em 2015, Trump passou por uma polêmica similar ao fazer comentários sobre o senador John McCain, do Arizona, um veterano da guerra do Vietnã. "Ele foi capturado. Ser capturado faz de alguém um herói? Não sei. Não tenho certeza", declarou em entrevista à rede CBS. McCain não foi à Convenção Nacional Republicana no ano seguinte, mas disse que votaria em Trump por lealdade ao Partido Republicano. Ele faleceu em 2018. De acordo com a revista Atlantic, que ouviu três fontes do gabinete presidencial, Trump teria dito "não vamos apoiar o funeral daquele fracassado".

No domingo (11), Haley baixou um pouco o tom: "ou Donald Trump está insultando abertamente as famílias de militares, ou ficou confuso de novo e não sabe que o meu marido está na ativa".

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