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Um dos diplomatas franceses mais envolvidos nos programas de cooperação com o governo haitiano, o cônsul da França em São Paulo, Sylvain Itte, diz que a importância exagerada que a comunidade internacional dá aos anúncios de doação retarda em vez de acelerar a reconstrução do país.

"Não adianta dar mais dinheiro para o Haiti. É preciso que a comunidade internacional invista urgentemente na formação de quadros da administração pública para construir um governo capaz de pôr o país para funcionar. Do contrário, nenhuma ajuda do mundo será suficiente, todas estas cifras não passarão de ilusão", disse Itte.

"O Ministério da Educação do Haiti tem um organograma enorme no papel, mas, na verdade, é formado por cinco pessoas", exemplificou o diplomata, que administrou um fundo de 35 milhões da Agência Francesa de Cooperação Internacional, entre 2006 e 2009. Sua última visita ao país caribenho foi em fevereiro, pouco depois do terremoto que deixou mais de 230 mil mortos.

"As doações são anunciadas com muito estardalhaço, mas nem sempre se concretizam", declarou. Na quarta-feira, a conferência de Nova York celebrou a promessas de vários países de enviar US$ 5,3 bilhões nos próximos dois anos e US$ 9,9 bilhões nos três anos seguintes.

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