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Estima-se que quase 25 mil universitários estejam estudando Medicina em países de língua latina, alguns famosos na formação de médicos para atendimento comunitário. Contudo, após a conclusão do Curso fora do Brasil, esses jovens enfrentam um desafio mais difícil que o próprio vestibular. A exigência para convalidar os diplomas conseguidos no exterior é irreal, fazendo com que nossos recém-formados desistam da prática profissional.

Os critérios analisados nas universidades públicas para que os diplomas sejam convalidados são recheados pela burocracia e má vontade dos colegiados de cursos, instância acadêmica responsável pelo deferimento. De modo velado há, por parte desses "tribunais colegiados", um desconhecimento da qualidade de ensino de muitas faculdades no exterior. Assim, a análise para convalidar os diplomas se torna um ato frio e insensível para com a atual situação da medicina brasileira. Falta sintonia entre academia e sociedade.

Há um misto de vaidade, insegurança e corporativismo por parte dos "mestres" nesta análise. A incoe­­rência também faz retroagir outra especialidade para atuar nas epidemias de algumas enfermidades peculiares aos países tropicais como é o Brasil. Segundo dados oficiais, já somos líder no retorno e número de casos de sífilis, por exemplo. Ainda temos a tuberculose, dengue e leishmaniose. O exercício da Medicina por parte dos jovens que estudaram no exterior seria realizado em municípios pequenos, pois o modo de atuar é preventivo. Isto desafogaria estradas que diariamente transitam ambulâncias e ônibus trazendo milhares de pessoas para os grandes centros. Evitaríamos também fechar os prontos-socorros pela contaminação por bactérias resistentes.

É hora de reagir e agir. Para os que ainda crucificam os jovens que estudam Medicina no exterior, cabe uma questão: será que alguns cursos no Brasil são tão diferentes assim dos cursos frequentados no exterior? Alguns países dão exemplos na qualidade de vida pela maneira preventiva de atuação médica. E no Brasil, prevenção não é importante? O que há por trás dos analistas dos colegiados de cursos das universidades em criar tantas barreiras na efetivação da convalidação dos diplomas? Será que o melhor para a população é gastar com medicamentos, todos os dias, para que o "mercado branco de alma preta" continue lucrando com a desgraça dos outros?

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