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Polícia indonésia recolhe o corpo de uma das vítimas do ataque a igrejas na Indonésia | JUNI KRISWANTO/
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Polícia indonésia recolhe o corpo de uma das vítimas do ataque a igrejas na Indonésia| Foto: JUNI KRISWANTO/ AFP

Homens-bomba mataram pelo menos 11 pessoas e feriram outras 41 em ataques a três igrejas na Indonésia neste domingo, na mais recente onda de violência no país de maioria muçulmana. De acordo com o chefe da polícia nacional, Tito Karnavian, os ataques foram conduzidos por membros de uma só família, que incluía jovens e crianças, e aconteceram quase simultaneamente, enquanto eram realizadas as missas dominicais.

As explosões nas igrejas (católica, protestante e pentecostal) da cidade de Surabaya, a segunda maior do país, foram o mais sangrento ataque a bomba desde os incidentes na véspera de Natal em 2000, quando 15 pessoas morreram e cerca de cem ficaram feridas.

 Segundo a polícia, uma mulher e duas crianças - de 9 e 12 anos - detonaram ao menos uma bomba quando foram paradas por um guarda na entrada da igreja protestante. Uma fonte que não estava autorizada a falar com a imprensa disse que as crianças - duas meninas - também carregavam bombas. O pai explodiu um carro-bomba e os dois filhos adolescentes - de 16 e 18 anos - usaram uma motocicleta em seus ataques. 

 Dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e a polícia colocou Jacarta em alerta. As explosões se deram em meio a uma onda de derramamento de sangue que tem a polícia como alvo. Especialistas em terrorismo disseram que devem acontecer mais ataques, com os extremistas incentivando seus seguidores às vésperas do mês de Ramadã, quando os muçulmanos praticam seu jejum ritual. 

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 O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques , segundo a agência de notícias da organização extremista. O papa Francisco lamentou os ataques e, durante missa na Praça de São Pedro, pediu que os fiéis orassem para o "Deus da paz, para que ele faça essas ações violentas pararem". 

Na semana passada, detentos de uma prisão que concentra terroristas em Jacarta fizeram uma rebelião e mataram cinco policiais. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade do motim, o segundo naquela prisão desde que Aman Abdurrahman, o líder do grupo terrorista na Indonésia, foi transferido para o local no ano passado para aguardar julgamento por incitar seguidores a fazer ataques. 

Na Indonésia, a maioria muçulmana é da ala moderada e há muito vinha sendo exemplo de democracia. No entanto, uma corrente conservadora da religião tem ganhado destaque na política do país. No ano passado, conservadores radicais lideraram protestos contra o governador cristão da capital Jacarta e ajudaram a prendê-lo, sob acusações duvidosas de que ele havia blasfemado contra o islamismo.

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