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A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) parabenizou nesta quarta-feira (12) 38 países, na maioria latino-americanos e africanos, por ter alcançado, com dois anos de adiantamento, as metas do "Desafio da Fome Zero" mas alertou que a fome é endêmica em muitos países.

O "Desafio da Fome Zero" é um programa impulsionado em 2012 pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que propõe uma série de metas a serem cumpridas antes de 2015.

Entre as metas estão o acesso pleno a uma alimentação adequada, evitar o atraso do crescimento das crianças, garantir a sustentabilidade do sistema alimentício, alcançar o aumento na produtividade e evitar o desperdício de alimentos.

Dois anos antes de o programa chegar ao fim, a FAO, com sede em Roma, comemora os esforços que os países estão realizando em relação à fome e os utiliza como exemplo de que a mudança, em matéria de alimentos, não só é possível mas pode ser rápida.

"Esses países estão abrindo o caminho para um futuro melhor. São a prova de que, com uma forte vontade política, coordenação e cooperação, é possível conseguir reduções rápidas e duradouras para a fome", afirmou o Diretor-geral de FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.

Os 38 estados parabenizados pela FAO são os que cumpriram o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM-1) e os que cumpriram, ainda, com o estipulado na Cúpula Mundial de Alimentação (CMA) de reduzir pela metade o número de pessoas desnutridas desde 1996.

Os 20 países que conseguiram cumprir o ODM-1 foram, na América Latina, Brasil, Chile, República Dominicana, Honduras, Panamá e Uruguai, na África, Argélia, Angola, Camarões, Malawi, Níger, Nigéria e Togo e, na Ásia, Camboja, Fiji, Maldivas e Indonésia.

Os 18 estados que alcançaram tanto o ODM-1 como a meta estipulada na CMA foram os africanos Djibuti, Gana, São Tomé e Príncipe, os latino-americanos Cuba, Guiana, Nicarágua, Peru, São Vicente e Granadinas e Venezuela e os asiáticos Turcomenistão, Tailândia e Vietnã.

Graziano da Silva pediu para todos os países manterem o ritmo, buscando a erradicação total da fome, de acordo com o Desafio Fome Zero.

Apesar da conquista desses objetivos, o organismo especializado de Conselho Econômico e Social (Ecosoc) alertou que a fome segue forte pelo planeta.

"Em nível mundial, a fome se reduziu na última década, mas 870 milhões de pessoas ainda estão desnutridas, e outros milhões de seres humanos sofrem as consequências da desnutrição", disse o dirigente da FAO, que culpou a falta de acesso aos recursos alimentícios e aos serviços que faltam para as famílias produzirem, adquirirem e obterem alimentos suficientes.

Neste sentido, a FAO situa a agricultura como o setor destinado a desenvolver um papel fundamental na batalha contra a fome, já que mais de 70% dos pobres vivem no meio rural, e aumentar a produtividade agrícola "melhoraria o acesso aos alimentos".

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