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A guerrilha colombiana Farc lançou uma estratégia chamada "Plano Renascer", destinada a aumentar seus ataques com o uso de minas, explosivos e franco-atiradores, numa tentativa de evitar uma derrota militar e recuperar espaço político, segundo um relatório dos serviços de inteligência do país.

No começo do mês, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertaram seis reféns unilateralmente, o que foi visto por analistas como um esforço para recuperar espaço político.

"As Farc buscam um reposicionamento político e ao mesmo tempo (querem) intensificar a guerra de guerrilhas, aumentando a semeadura de minas, os ataques com explosivos, com franco-atiradores, e pretendem comprar mísseis para frear o poderio aéreo das Forças Militares, que tanto lhes debilitaram", disse à Reuters um oficial militar.

"Querem frear com minas e franco-atiradores o avanço das tropas em zonas de selvas e montanhas, para onde foram recolhidas pela ofensiva militar, e com os ataques em cidades (a guerrilha quer) demonstrar que não está derrotada", acrescentou.

De acordo com o relatório ao qual a Reuters teve acesso, as Farc buscam espaço político e uma reacomodação diante do "hostil ambiente político", que inclui sua permanência na lista de organizações consideradas terroristas por Estados Unidos e União Europeia.

O "Plano Renascer", lançado por Alfonso Cano - líder máximo do grupo rebelde desde a morte do fundador Manuel Marulanda, vítima de um infarto em março de 2008 -, também levou em conta a posição do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que declarou que a luta armada perdeu seu sentido, e o fato de a guerrilha ter perdido apoio popular, segundo o relatório.

Milhões de pessoas participaram no ano passado de passeatas nas ruas de cidades da Colômbia e do mundo para rejeitar o sequestro e a violência das Farc.

Desde o começo de 2009, foram registrados atentados a bomba em Bogotá, Cali e Neiva, com um saldo de quatro mortos. As Forças Armadas acusaram as Farc de realizar essas ações como parte de sua nova estratégia política e militar.

Cano busca com a estratégia marcar o rumo do grupo rebelde, que nos últimos anos passou de 17 mil para 8.000 combatentes, segundo especialistas militares.

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