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Imagem da tevê venezuelana estatal Telesur mostra helicóptero brasileiro que participou ontem do resgate de reféns das Farc, na Colômbia | AFP
Imagem da tevê venezuelana estatal Telesur mostra helicóptero brasileiro que participou ontem do resgate de reféns das Farc, na Colômbia| Foto: AFP
  • Os policiais Juan Fernando Galícia, Alexis Zapata e Walter Lozano
  • Veja como foi a primeira etapa da libertação dos reféns das mãos das Farc

Bogotá - A missão humanitária brasileira e colombiana resgatou ontem os três policiais e o soldado colombianos libertados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em um ponto do sul do país.

A libertação foi confirmada por Iván Cépeda, membro da ONG Colombianos pela Paz. Ele entrou em contato com a senadora oposicionista Piedad Córdoba, negociadora da libertação com a guerrilha, presente no momento da libertação. Segundo o porta-voz da senadora, Ricardo Montenegro, a missão foi bem sucedida, e os reféns já estavam em poder da Comissão da Cruz Vermelha desde às 10 horas de ontem (às 13 horas, horário de Brasília) e depois foram conduzidos para Villavicencio, cidade na região central do país, a 90 quilômetros de Bogotá.

Os reféns libertados são o soldado do exército William Giovanny Domínguez Castro, sequestrado em 20 de janeiro de 2007, e os policiais Walter José Lozano Guarnizo, Alexis Torres Zapata e Juan Fernando Galícia Uribe, integrantes de uma unidade antissequestro e que estavam nas mãos da guerrilha desde 9 de junho daquele ano.

Os dois helicópteros brasileiros estampados com o símbolo da Cruz Vermelha partiram ontem do aeroporto de Florencia, em Caquetá, no sul da Colômbia, para o local combinado para o resgate. As coordenadas do encontro foram fornecidas na sexta-feira à equipe. Os quatro reféns libertados foram recebidos pela senadora Piedad Cordoba, três representantes da Cruz Vermelha, os jornalistas Daniel Samper Pizano e Jorge Enrique Botero e a ativista Olga Amparo Sánchez (estes três convocados como testemunhas), além de cinco tripulantes das aeronaves.

"A operação de entrega dos reféns que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertaram ontem atrasou e esteve a ponto de ser abortada, dado o 'constante acompanhamento' das Forças Armadas colombianas", disse ontem o jornalista colombiano Jorge Botero ao canal Telesur, rede estatal de tevê venezuelana. Um integrante das Farc teria morrido e outro dado por desaparecido "em confrontos com o Exército colombiano" durante as operações de resgate de vários reféns. Quem informou foi o comandante do grupo guerrilheiro Jairo Martínez, em entrevista concedida à jornalista Patricia Villegas, da Telesur. "O companheiro morto é chamado Saúl, estando desaparecido ou detido um dos guardas dos prisioneiros", disse.

A resposta do governo veio rápida. O alto comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo, negou qualquer ataque e devolveu a acusação ao grupo. Restrepo disse que Botero, assim como as Farc, tentavam prejudicar o governo e faturar politicamente com a missão humanitária.

De acordo com a imprensa colombiana, os reféns estavam bem de saúde e, assim que foram libertados, falaram com suas famílias por telefone. O comboio aéreo seguiu para a cidade de Villavicencio. Parentes, defensores dos direitos humanos e um grande número de repórteres aguardavam os quatro. Mais dois prisioneiros das Farc devem libertados até quarta-feira: o ex-governador de Meta (departamento na região central do país) Alan Jara e do ex-deputado Sigifredo López, ambos em poder dos sequestradores há sete anos.

A operação de ontem foi a terceira grande libertação de reféns unilateral da guerrilha, e a primeira desde fevereiro de 2008. Em janeiro do ano passado, a ex-candidata à Vice-Presidência da Colômbia, Clara Rojas, e a ex-deputada Consuelo Gonzáles foram libertadas em uma longa negociação intermediada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Em fevereiro, mais quatro reféns foram libertados com auxílio do país vizinho.

Em 2 de julho, a ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt foi libertada em uma ação unilateral do exército colombiano com mais 14 outros reféns, três deles norte-americanos.

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