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Os policiais colombianos Juan Galicia (esq.), Walter Lozano (centro) e Alexis Torres (4º esq.) deixam o helicóptero brasileiro usada para o resgate | Stringer / Reuters
Os policiais colombianos Juan Galicia (esq.), Walter Lozano (centro) e Alexis Torres (4º esq.) deixam o helicóptero brasileiro usada para o resgate| Foto: Stringer / Reuters

A senadora colombiana Piedad Córdoba anunciou que a missão para a libertação do ex-governador Alan Jara, sequestrado pelas Farc, vai ocorrer nesta terça-feira (3). A operação é coordenada pela Cruz Vermelha Internacional e tem apoio logístico do Brasil.

A operação, que aconteceria nesta segunda, foi adiada por desentendimentos ocorridos na libertação de quatro reféns - três policiais e um soldado - no domingo, após acusações de que operações militares teriam atrapalhado o processo.

"Amanhã sairemos muito cedo com a Cruz Vermelha", disse Córdoba, em entrevista, nesta segunda-feira, na cidade de Villavicencio, onde se concentra a missão.

A operação para a libertação de mais dois reféns foi reativada nesta segunda, quando o governo colombiano recuou e autorizou que Córdoba participasse da missão. O presidente Álvaro Uribe havia suspendido no domingo a participação da senadora no processo para a libertação do ex-governador de Meta e do ex-deputado do departamento do Valle Sigifredo López, depois que uma missão também chefiada por ela permitiu a entrega de três policiais e um soldado.

Ele tomou a decisão depois que um integrante da missão que no domingo recebeu na selva os quatro efetivos das Forças Armadas ligou por meio de um telefone via satélite para um canal internacional de televisão e colocou no ar um líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Um ataque supostamente das Farc com um carro-bomba na cidade de Cali após a libertação piorou ainda mais a situação.

Uribe chamou de "exaltação ao terrorismo" o comportamento de Jorge Enrique Botero, o integrante da missão que fez o telefonema, e advertiu que não permitirá que "o terrorismo faça a festa com a dor dos sequestrados", referindo-se ao ataque de Cali que deixou dois mortos e 33 feridos.

Mas Botero e outros integrantes da missão denunciaram sobrevoos de aviões militares na região onde ocorreu a entrega dos efetivos das Forças Armadas e asseguraram que estiveram a ponto de abortar a libertação.

Os integrantes de um grupo de representantes da sociedade civil ao qual pertence Córdoba e a quem as Farc se comprometeram a entregar os seis reféns celebraram a decisão do governo de Uribe de conceder a autorização a Córdoba. "Isso abre o caminho e a única coisa que fica é que se pode cumprir a missão", disse o diretor do semanário Voz, Carlos Lozano.

Com o adiamento da operação para a libertação de Jara, a entrega de López, prevista para quarta-feira, vai acontecer na quinta, segundo Córdoba.

As libertações ocorrem quase um ano depois de as Farc entregarem seis políticos em duas fases em uma missão humanitária liderada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Com as libertações, as Farc buscam ganhar espaço político e melhorar a imagem internacional após receber vários golpes do governo Uribe, como a morte de altos comandantes em operações do Exército, o resgate da política Ingrid Betancourt e a deserção de milhares de combatentes, segundo analistas.

Se as duas outras libertações se confirmarem, serão 6 reféns livres entre os mais de 700 que se estima ainda estejam em poder das Farc, e que elas pretendem trocar por integrantes presos.

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