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Disputa

Favorita ao FMI nega acordo entre potências

Brasil critica articulações para escolha de um europeu como novo diretor do Fundo Monetário Internacional

Christine Lagarde (ao centro) lançou oficialmente sua candidatura à direção do FMI | Bertrand Langlois/AFP
Christine Lagarde (ao centro) lançou oficialmente sua candidatura à direção do FMI (Foto: Bertrand Langlois/AFP)

Paris - A ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, anunciou oficialmente ontem a sua candidatura ao cargo de diretora-gerente do FMI, confirmando rumores que circulavam desde a renúncia do também francês Dominique Strauss-Kahn, envolvido em um escândalo sexual.

Lagarde disse, porém, que não é uma representante dos europeus e que sua candidatura, cujo apoio vai "muito além’’ das fronteiras europeias, tem o objetivo de "obter o mais amplo consenso’’.

François Baroin, porta-voz do governo francês, afirmou que a China endossa o nome de Lagarde. O governo chinês, porém, ainda não fez nenhuma declaração de apoio. A ministra negou que haja acor­­do tácito entre os EUA e a União Eu­­­­ropeia assegurando para os europeus o comando do FMI e para os norte-americanos a chefia do Banco Mundial. "As candidaturas são transparentes.’’

A possível manutenção da chefia do FMI nas mãos de um europeu vem sendo alvo de críticas e de restrições – entre elas, a do Itamaraty.

Embora o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, te­­nha dito ver com bons olhos a es­­colha de Lagarde, o porta-voz da Chancelaria brasileira, Tovar Nu­­nes, declarou ontem que está na hora de "transcender o autoritarismo de ter sempre um europeu’’ na direção do Fundo.

"A escolha não deve se pautar pelo princípio da Apelação de Ori­­gem Controlada [selo de qualidade de produtos franceses]. É bom para os vinhos, não para a governança global’’, afirmou Nunes.

Ao longo das próximas semanas, a ministra iniciará uma série de viagens internacionais para amealhar o apoio dos países mem­­bros da instituição e tentar seduzir os mais céticos, especialmente entre os emergentes.

Lagarde elogiou o trabalho de Strauss-Kahn e prometeu que, se assumir a chefia do fundo, vai le­­var em consideração o maior peso dos países em desenvolvimento.

Perfil

Parisiense de 55 anos, Christine La­­garde é advogada e dirigiu o es­­critório norte-americano Baker & McKenzie – especializado em di­­reito do trabalho, fusões e aquisi­­ções – antes de entrar no governo.

Em 2005, com Jacques Chi­­rac na Presidência, ela assumiu a pasta do Comércio. Em 2007, ao tomar posse, Nicolas Sarkozy a no­­meou para o Ministério das Fi­­nan­­ças.

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