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Christine Lagarde (ao centro) lançou oficialmente sua candidatura à direção do FMI | Bertrand Langlois/AFP
Christine Lagarde (ao centro) lançou oficialmente sua candidatura à direção do FMI| Foto: Bertrand Langlois/AFP

Novo escândalo

Ministro é acusado de assédio sexual

Promotores franceses abriram inquérito para analisar acusações de assédio sexual feitas contra o ministro da Casa Civil da França, George Tron. Uma das duas mulheres que apresentaram a denúncia disse que a prisão do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn, acusado de crime sexual, a encorajou a procurar a Justiça.

A promotora Marie-Suzanne Le Queau declarou que um inquérito preliminar foi aberto por causa das acusações. "O inquérito vai apurara suspeita de agressão sexual e estupro", disse Le Queau.

Gilbert Collard, o advogado das duas mulheres, afirmou que as acusações são contra assédio sexual que teria sido cometido por Tron, mas não especificou quando os crimes teriam ocorrido.

O advogado de Tron, Olivier Schnerb, rejeitou as acusações e afirmou que foi instruído a processar as mulheres por difamação. "É uma sucessão de afirmações falsas e difamatórias", disse.

Candidato mexicano pede apoio ao Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Man­­tega, disse ontem que na próxima semana o presidente do Ban­­co Central do México, Agustín Cars­­tens, deverá vir ao Brasil pe­­dir apoio para sua candidatura à diretoria do Fundo Monetário In­­ter­­na­­cional (FMI). "Nós falamos ontem pelo telefone, ele me ligou pedindo nosso apoio e ele virá aqui na próxima semana", afirmou Man­­te­­ga.

Segundo Mantega, é importante o lançamento de mais de uma candidatura para a direção do FMI, pois assim possibilita uma discussão aberta. "É bom que te­­nha mais de um candidato, porque assim ha­­verá uma verdadeira disputa. Não será algo tranquilo e decidido en­­tre quatro paredes, mas algo que se­­ja discutido abertamente", afirmou.

De acordo com Mantega, o candidato que o Brasil irá apoiar deverá estar comprometido com uma participação mais ativa dos países emergentes nas decisões do Fun­­do. "O importante para nós, mais do que nomes, são os compromissos que eles vão assumir."

Paris - A ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, anunciou oficialmente ontem a sua candidatura ao cargo de diretora-gerente do FMI, confirmando rumores que circulavam desde a renúncia do também francês Dominique Strauss-Kahn, envolvido em um escândalo sexual.

Lagarde disse, porém, que não é uma representante dos europeus e que sua candidatura, cujo apoio vai "muito além’’ das fronteiras europeias, tem o objetivo de "obter o mais amplo consenso’’.

François Baroin, porta-voz do governo francês, afirmou que a China endossa o nome de Lagarde. O governo chinês, porém, ainda não fez nenhuma declaração de apoio. A ministra negou que haja acor­­do tácito entre os EUA e a União Eu­­­­ropeia assegurando para os europeus o comando do FMI e para os norte-americanos a chefia do Banco Mundial. "As candidaturas são transparentes.’’

A possível manutenção da chefia do FMI nas mãos de um europeu vem sendo alvo de críticas e de restrições – entre elas, a do Itamaraty.

Embora o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, te­­nha dito ver com bons olhos a es­­colha de Lagarde, o porta-voz da Chancelaria brasileira, Tovar Nu­­nes, declarou ontem que está na hora de "transcender o autoritarismo de ter sempre um europeu’’ na direção do Fundo.

"A escolha não deve se pautar pelo princípio da Apelação de Ori­­gem Controlada [selo de qualidade de produtos franceses]. É bom para os vinhos, não para a governança global’’, afirmou Nunes.

Ao longo das próximas semanas, a ministra iniciará uma série de viagens internacionais para amealhar o apoio dos países mem­­bros da instituição e tentar seduzir os mais céticos, especialmente entre os emergentes.

Lagarde elogiou o trabalho de Strauss-Kahn e prometeu que, se assumir a chefia do fundo, vai le­­var em consideração o maior peso dos países em desenvolvimento.

Perfil

Parisiense de 55 anos, Christine La­­garde é advogada e dirigiu o es­­critório norte-americano Baker & McKenzie – especializado em di­­reito do trabalho, fusões e aquisi­­ções – antes de entrar no governo.

Em 2005, com Jacques Chi­­rac na Presidência, ela assumiu a pasta do Comércio. Em 2007, ao tomar posse, Nicolas Sarkozy a no­­meou para o Ministério das Fi­­nan­­ças.

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