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O ex-bispo que abandonou a religião para entrar na corrida presidencial paraguaia, Fernando Lugo, indicou na segunda-feira que considera importante rever o contrato da usina hidrelétrica de Itaipu, firmado entre Brasil e Paraguai.

Lugo, pré-candidato que aparece com 40 por cento das intenções de voto para a eleição marcada para abril de 2008, afirmou que pelo contrato atual, cada país tem direito a 50 por cento da produção de energia. Mas a energia que um dos países deixa de usar, afirmou, é cedida ao parceiro a "preço de custo". O Brasil usa 98 por cento e o Paraguai, 2 por cento do total produzido por Itaipu.

"O Paraguai é o único país que dá energia a preço de custo", disse Lugo na escola de relações internacionais da Georgetown University, em Washington.

Lugo, que é conhecido como o "bispo dos pobres" e é muito ligado aos movimentos sociais, comparou a situação do Paraguai a de Venezuela, Bolívia e Chile, que, segundo ele, cobram preço de mercado por suas commodities.

Lugo apontou que o Paraguai precisaria de mais energia para passar por um processo de industrialização, mas que, pelas regras, mesmo renegociando o contrato com os brasileiros, isso levaria uma década para se materializar na prática.

"Não venham dizer que este é um tratado justo, equitativo", afirmou Lugo.

O pré-candidato, que tem o apoio de uma coalizão de movimentos sociais e partidos de oposição, mostrou ainda descontentamento com a situação atual do Paraguai no bloco comercial Mercosul, no qual o país é sócio ao lado de Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela.

"O Mercosul tem que ter mais equidade", disse.

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