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Manifestantes exibem cartazes para criticar a Fox News, tevê de propriedade de Murdoch,  durante protesto em Nova York | Timothy Clary/AFP
Manifestantes exibem cartazes para criticar a Fox News, tevê de propriedade de Murdoch, durante protesto em Nova York| Foto: Timothy Clary/AFP

Esclarecimentos

Murdoch comparecerá ao Parlamento britânico

Sob ameaça de detenção, o magnata das comunicações Rupert Murdoch e o filho dele, James, decidiram ontem acatar a rara intimação para que compareçam perante o Parlamento britânico na próxima terça-feira para prestar esclarecimentos sobre o escândalo dos grampos telefônicos no News of the World.

Com eles estará Rebekah Brooks, editora-chefe da publicação no período em que, supostamente, seus repórteres teriam usado grampos telefônicos ilegais na busca por informações exclusivas.

De acordo com as denúncias, quase 4 mil pessoas foram grampeadas, entre celebridades, políticos e vítimas de crimes.

O escândalo já provocou o abrupto fechamento do tabloide e obrigou Murdoch a desistir daquele que seria, provavelmente, o seu maior negócio – a compra da totalidade das ações da BSkyB, a maior provedora de TV paga do Reino Unido.

Será a primeira vez que os três responderão publicamente sobre o caso, e em um momento de forte pressão da opinião pública.

As ações da News Corporation, conglomerado de Murdoch, vêm caindo desde que o escândalo veio à tona.

O escândalo de grampos ilegais envolvendo o extinto tabloide britânico News of the World ganhou ontem novos contornos no outro lado do Atlântico, elevando ainda mais a pressão sobre o magnata Rupert Murdoch. Nos Estados Uni­­dos, o FBI – a polícia federal norte-americana – abriu uma investigação para apurar denúncias contra o conglomerado midiático de Murdoch, a News Corp.

Há indícios de que veículos da News Corp. teriam grampeado telefones de vítimas do 11 de Se­­tembro. A decisão de abrir o in­­quérito ocorreu depois que o de­­putado republicano Peter King escreveu uma carta para o diretor do FBI pedindo a investigação.

A rede de televisão Sky News – parte do império de mídia de Murdoch – afirmou, porém, que o FBI vai trabalhar em conjunto com a Polícia Metropolitana de Londres e que a investigação vai focar apenas nas acusações contra os jornais britânicos.

"Estamos cientes das acusações e o FBI abriu uma investigação para estudá-las", confirmou à agência Efe uma porta-voz da po­­lícia em Nova York.

O FBI e o Departamento de Jus­­tiça negaram-se a dar detalhes da investigação. "O Departamento não faz comentários sobre as in­­vestigações, mas quando encontrarmos provas de algum crime tomaremos as ações necessárias", disse o porta-voz do Departamento de Justiça.

A News Corp. está no centro dos escândalos das escutas telefônicas ilegais no Reino Unido que provocaram o fechamento repetino do tabloide News of the World, de mais de um século e meio de existência.

Protestos

Ao mesmo tempo em que o FBI inicia investigações sobre a atuação do grupo de Murdoch, dezenas de pessoas protestaram on­­tem em frente à casa de Murdoch, em Nova York, para entregar uma petição denunciando o "racismo" do canal Fox News e exigir uma investigação nos Estados Unidos sobre as atividades do grupo.

O protesto foi convocado pela organização afro-americana Co­­lor of Change. Um de seus responsáveis tentou entregar sem êxito as petições no edifício da Quinta Avenida, em frente do Central Park, onde Murdoch mora.

"Isso não é apenas sobre escutas telefônicas", disse o diretor-executivo da Color of Change, Rashad Robinson, ao se referir ao protesto. "Mais de 110 mil membros da Color of Chance pediram à Fox News para acabar com sua provocação racial. E (o diretor da Fox News) Roger Ailes e Rupert Murdoch permaneceram em si­­lêncio, demonstrando que estão dispostos a fazer qualquer coisa para obter lucro", criticou.

A Color of Change acusa o ca­­nal de notícias americano de re­­correr a "esteriótipos raciais" em certas referências ao presidente Barack Obama.

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