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Em campanha pelo “Não”, premiê David Cameron conversa com funcionários de empresa financeira em Edimburgo, na Escócia | Andrew Milligan/Reuters
Em campanha pelo “Não”, premiê David Cameron conversa com funcionários de empresa financeira em Edimburgo, na Escócia| Foto: Andrew Milligan/Reuters

Futuro

Escócia independente precisaria de reservas bancárias adicionais

Efe

O governador do Banco da Inglaterra, o canadense Mark Carney, afirmou ontem que a Escócia necessitaria de cerca de 20 bilhões de libras adicionais em reservas bancárias se optar pela independência do Reino Unido e mesmo assim continuar utilizando a libra esterlina. Perante o Comitê de Tesouraria do parlamento britânico, Carney assegurou que a Escócia precisaria reunir novas reservas para manter a estabilidade financeira se decidir recorrer à chamada "esterlinização", o uso da libra sem contar com o Banco Central britânico como entidade de empréstimo de último recurso para as entidades comerciais.

O governador do Banco da Inglaterra estimou que a Escócia tem acesso a cerca de 15 bilhões de libras em reservas, apesar de afirmar que a maioria dos países que adota divisas estrangeiras necessita no mínimo de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em reservas para apoiar um credor de último recurso sustentável.

Dinheiro

Hoje, o PIB da Escócia está estimado em cerca de 146 bilhões de libras, se for incluída a indústria petrolífera.

  • David Cameron, premiê britânico

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez ontem um apelo de última hora aos escoceses para que rejeitem a independência da Escócia no plebiscito previsto para a próxima semana, no momento em que as pesquisas apontam um empate.

"Eu ficaria arrasado se essa família de nações fosse dilacerada", disse Cameron, de 47 anos, em um artigo opinativo publicado no jornal Daily Mail. Além do conservador Cameron, seu vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata Nick Clegg, e o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, também estão na Escócia para fazer campanha pelo "não" à independência.

Em uma demonstração do estado de pânico entre a elite do governo britânico, preocupada com o destino da união de 307 anos entre os países, os políticos cancelaram a audiência semanal no Parlamento para comparecer a diferentes eventos na Escócia.

Cameron havia até agora se mantido ausente do debate por considerar que sua posição de centro-direita não o coloca como a melhor pessoa para seduzir os escoceses, que elegeram apenas um parlamentar conservador entre os 59 escolhidos em 2010.

Porém, em discurso em Edimburgo, o premiê disse que se importa mais com a manutenção da Escócia no Reino Unido do que com os interesses do Partido Conservador, que cresceria com saída do país — já que os escoceses costumam eleger parlamentares do Partido Trabalhista.

"As pessoas podem pensar que se tratam de eleições comuns, que você toma uma decisão e pode mudá-la cinco anos depois. [...] Mas isso é totalmente diferente; Não é uma decisão para os próximos cinco anos, mas para os próximos cem anos", disse Cameron.

Ele afirmou que a Escócia já era uma nação, mas uma nação que faz parte de uma família de nações. Cameron prometeu mais poderes para que a Escócia determine seu futuro "dentro do Reino Unido", caso não se separe.

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