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O ex-presidente cubano Fidel Castro descreveu como "gesto valente" a posição de Barack Obama em relação às mudanças climáticas, e disse que nenhum outro líder dos Estados Unidos tinha tido a coragem de afirmar que os países desenvolvidos prejudicaram o meio ambiente.

Obama declarou na terça-feira (22), em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), que as mudanças climáticas são uma ameaça real para todos os países e reconheceu que seu país tem a responsabilidade de dar assistência financeira e técnica para ajudar os países mais pobres na luta contra o aquecimento global.

"O presidente dos Estados Unidos admitiu que os países desenvolvidos causaram a maior parte dos danos e devem assumir a responsabilidade. Foi sem dúvida um gesto valente," escreveu Castro em texto difundido na quarta-feira na imprensa cubana.

O ex-presidente cubano disse que Obama herdou muitos problemas de seu predecessor, George W. Bush, e que está tentando resolvê-los, mas que "a poderosa extrema-direita não se conforma de maneira alguma em ver suas prerrogativas serem minimamente reduzidas."

Devido a seus problemas de saúde, Fidel Castro, 83 anos, foi substituído na presidência por seu irmão mais jovem Raul há 18 meses, mas se mantém atuante na política escrevendo editoriais sobre temas da atualidade.

"O problema é que tudo o que Obama afirma está em contradição com o que os EUA vinham fazendo havia 150 anos. Desde o final da 2a Guerra Mundial, o país converteu-se em senhor da economia mundial," disse Fidel.

O ex-presidente cubano já criticou Obama duramente em algumas ocasiões, embora em outras o tenha elogiado, ao destacar que o observa atentamente para ver se Obama é sincero em relação ao tema do "relançamento" das relações com Cuba, país ao qual Washington impõe um embargo econômico há quase meio século.

"Seria justo reconhecer também que nenhum outro presidente dos Estados Unidos tinha tido a coragem de dizer o que ele disse," destacou Castro.

Em abril Obama reduziu ligeiramente alguns aspectos do embargo, como a eliminação das restrições a viagens e ao envio de remessas pelos cubano-americanos, mas ele espera maiores resultados do governo comunista cubano com relação aos direitos humanos.

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