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Em Trípoli, o prédio do Parlamento líbio foi atingido por ataques aéreos da coalizão, de acordo com informações oficiais | Ahmed Jadallah/Reuters
Em Trípoli, o prédio do Parlamento líbio foi atingido por ataques aéreos da coalizão, de acordo com informações oficiais| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

Misrata - Em um sinal de que os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) podem estar fazendo efeito, o regime de Muamar Kadafi admitiu ontem pela primeira vez uma solução negociada para o conflito na Líbia.

Saif al Islam Kadafi, um dos fi­­lhos do ditador, propôs a realização de eleições democráticas – supervisionadas por órgãos internacionais – em três meses.

Porém os Estados Unidos afir­ma­­­ram que já é tarde para o ditador tentar uma saída negociada do poder.

"Eleições rapidamente e com supervisão internacional. Esse é o único modo indolor para acabar com o impasse na Líbia", disse Saif al Islam em entrevista publicada ontem no jornal italiano Corriere della Sera.

Ele propôs ainda que o pleito seja realizado em três meses ou, no máximo, até o fim deste ano.

O governo líbio aceitaria como observadores internacionais re­­pre­­sentantes da ONU, da União Europeia, da União Africana e até da Otan.

Saif al Islam, que antes do conflito era cotado para substituir Ka­­dafi, disse que uma derrota eleitoral do ditador é improvável.

"A grande maioria dos líbios está com o meu pai e vê os rebeldes como fanáticos integralistas islâmicos". Disse, porém, que o regime nos moldes atuais "está morto".

Washington rejeitou a proposta. "É um pouco tarde para qualquer proposta de Kadafi e seus assessores para uma mudança de­­mocrática", afirmou Victoria Nuland, porta-voz do Depar­ta­mento de Estado dos EUA.

A Espanha, por sua vez, expulsou o embaixador líbio em Madri, afirmando que o regime de Kadafi não tem mais legitimidade.

Outro indício de que Kadafi procura uma saída negociada da guerra civil é que, pela primeira vez, representantes do regime líbio teriam participado de uma negociação direta com os rebeldes.

O encontro teria ocorrido em Paris e terminado na quarta-feira, segundo o diplomata Mikhail Mar­gelov, enviado pelo governo russo para negociar a paz na Líbia. Ele disse ter sido informado da negociação pelo premiê líbio Baghdadi Al-Mahmoudi.

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