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Filho mais velho do último imperador austríaco morre aos 98 anos | Reuters
Filho mais velho do último imperador austríaco morre aos 98 anos| Foto: Reuters

Otto Habsburg-Lothringen, o filho mais velho do último imperador austríaco, que tornou-se defensor da integração europeia, morreu aos 98 anos de idade em sua casa na Alemanha nesta segunda-feira, informou a família.

"Ele morreu pacificamente com sua família presente", disse por telefone um homem que se identificou como neto de Habsburg, falando desde Poecking, às margens do lago Starnberg, no sul da Alemanha, onde Habsburg viveu desde 1954. Ele passou a maior parte de sua vida no exílio.

Na Alemanha, Habsburg traçou a visão de superação da divisão da Europa pela Guerra Fria e trabalhou para fazer isso acontecer.

Nascido em 1912, o homem também conhecido como arquiduque Otto von Habsburg tornou-se chefe da casa imperial da Habsburgo com a morte de seu pai, Charles, em 1922.

Os Habsburgos foram a família reinante do império austro-húngaro, que caiu ao final da 1.ª Guerra Mundial.

Em 1919, semanas depois de a família fugir para a Suíça, a Áustria aboliu a monarquia e apreendeu os bens dos Habsburgos.

Otto Habsburg viveu também em Portugal, na Espanha, Bélgica, França e Estados Unidos antes de se fixar na Baviera.

Ele ficou conhecido como deputado do Parlamento Europeu pelo Estado alemão da Baviera por duas décadas e deu palestras sobre assuntos internacionais em vários lugares do mundo.

Habsburg abriu mão oficialmente da reivindicação do trono em 1961, e em 1966, após anos de disputas políticas e legais, finalmente foi autorizado a retornar à Áustria.

Adversário dos nazistas e crítico da anexação da Áustria pela Alemanha em 1938, Habsburg ingressou no movimento da União Pan-Europeia e defendeu a causa dos antigos súditos na Europa do leste oprimidos durante o governo comunista.

Em 1989 ele ajudou a organizar um "Piquenique Pan-Europeu" na fronteira austro-húngara que levou a uma abertura rápida da Cortina de Ferro que separava o Ocidente capitalista do leste europeu comunista, fomentando o movimento que levaria à queda do Muro de Berlim, alguns meses mais tarde.

"Ele fez muito pelo país durante a troca de regime e exerceu um papel na abertura das fronteiras", disse Katalin Antal, 43, especialista em informática de Budapeste.

"Habsburg teria sido um bom rei. Eu amo a democracia, da forma que vemos na Grã-Bretanha, e ficaria feliz se a Hungria voltasse a ser um reino," disse Antal.

Habsburg afastou-se da vida pública após a morte de sua mulher, a princesa Regina von Sachsen-Meiningen, no ano passado. Eles tiveram sete filhos.

Seu corpo será velado por três dias em uma igreja em Poecking, e haverá missas em seu nome em Munique, Viena, Budapeste e outros lugares, segundo seu site na Internet.

A expectativa é que o corpo seja sepultado na cripta imperial em Viena, onde estão os restos mortais de dezenas de seus antepassados, depois do funeral que terá lugar na catedral St. Stephen em 16 de julho, disse à agência de notícias Kathpress o cardeal Christoph Schoenborn.

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