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Juiz de fora – Vinte e nove meses depois do desaparecimento do engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Júnior, a família finalmente se despediu dele ontem em Juiz de Fora (MG), onde seu corpo foi enterrado. Para os familiares, os assassinos do engenheiro esperavam o momento oportuno para devolver o corpo.

Os parentes foram informados pelo Itamaraty no último dia 5 que um corpo fora entregue às tropas americanas. A informação de que se tratava do brasileiro chegou dias depois, mas até agora nada foi dito sobre quem retinha o corpo. "As informações que temos são as mesmas que o Itamaraty divulgou", disse Luiz Henrique de Vasconcellos, irmão do engenheiro.

Durante os dois anos em que a família buscou saber o que havia acontecido, apurou que a ação, reivindicada pelas Brigadas Mujahedin e o grupo Ansar al-Suna, repercutiu mal dentro do Iraque. Um dos motivos seria a morte de um iraquiano, supostamente um líder étnico, que atuava como segurança do engenheiro. O outro, o fato o Brasil ser uma nação amiga, claramente contrária à invasão do Iraque. Para Luiz Henrique, os detentores do corpo podem ter evitado entregá-lo por algum tempo por medo de retaliação interna.

Segundo os familiares, os peritos kwuaitianos que fizeram a identificação do corpo por meio da análise de sua arcada dentária receberam o corpo em estado de "semi-mumificação", apesar do estágio avançado de decomposição. A análise dos kwuaitianos, no entanto, não teria investigado se o brasileiro morreu no dia do ataque ou se sobreviveu alguns dias.

O atestado de óbito obtido a partir do laudo do Kuwait indica como a causa da morte "ferimentos diversos", que poderiam ser ter sido provocados pelos tiros disparados na emboscada.

O corpo do engenheiro chegou ao Brasil numa urna lacrada com revestimento metálico, por causa da decomposição, que pesava pelo menos 200 quilos.

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