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| Foto: Bia Wouk/Divulgação

Os imigrantes brasileiros que vivem nos EUA, além de enfrentarem a crise econômica que vem murchando os ganhos em dólar, têm penado com o aumento da fiscalização em busca de irregularidades. O cônsul-geral do Brasil em Chicago, João Almino, conta que aqueles empregados em fábricas e restaurantes passaram a ser alvo de batidas mais frequentes, com um agravante: a prática anterior de notificar e liberar o ilegal foi substituída pela deportação imediata. O escritor e diplomata esteve em férias em Curitiba e falou à Gazeta do Povo:

O consulado tem contato com brasileiros ilegais?

Atendemos a todos, e eles são os que mais precisam de auxílio.

O senhor tem percebido um aumento da fiscalização sobre eles?

Talvez em decorrência da crise econômica, o controle aumentou nos últimos anos. Notei que, de fato, tem havido fiscalização em locais como fábricas e restaurantes. Também foi adotada uma política de deportação imediata. Antes elas eram apenas identificadas e era dado um prazo para que se reapresentassem.

Muitos brasileiros em dificuldades estão voltando ao Brasil?

A comunidade brasileira tende nos últimos dois anos a se estabilizar, porque há muitos que voltam, e número menor dos que entram. O número de brasileiros que entram pela fronteira mexicana decresceu substancialmente porque o México passou a cobrar visto de entrada para brasileiros.

Os americanos confiam no plano de resgate do presidente Obama?

Eles têm tido uma visão muito realista do que pode acontecer, até por estarem atentos ao discurso oficial, que não promete nenhum milagre e tem sido cauteloso. Mas muita gente acredita na recuperação.

O senhor já publicou quatro livros que se passam em Brasília (Ideias para onde passar o fim do mundo, Samba-enredo, As cinco estações do amor, O livro das emoções). Como o distanciamento do Brasil contribui para sua percepção do imaginário nacional?

De duas formas. Estando longe, tenho preocupação até maior de procurar me informar sobre o país. Além disso, penso o país como um todo, não só sobre uma cidade.

Qual o tema de seu novo livro?

É um romance passado em Brasília que deve sair em 2010, ano do cinquentenário da capital. Destaco os climas interiores e o caráter universalista das personagens, em que a cidade serve de inspiração. Tem me servido para pensar o Brasil de maneira geral porque Brasília está associada a uma espécie de sonho de modernidade do país, e reflito sobre aspirações e frustrações.

O que o senhor pensa das obras publicadas pelo presidente Obama?

O segundo livro (A audácia da esperança) tem caráter político, trata de temas que já se mostraram importantes em seu governo e traz sua visão da política. Já o primeiro (A origem dos meus sonhos) é um livro de memórias de grande qualidade literária, uma belíssima peça, de estilo primoroso.

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