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Curitiba – O professor do Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dante Homero Mosca, que contribuiu na pesquisa dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física, anunciados na terça-feira, não pensa em sair de Curitiba. Em entrevista publicada ontem na Gazeta do Povo, um dos cientistas laureados com o maior reconhecimento do mundo científico, o pesquisador Albert Fert, disse que Mosca precisaria de muita sorte, pois a capital paranaense "não é um grande centro para desenvolvimento da pesquisa".

Mosca, doutor pelo Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fez um estágio na equipe de Albert Fert entre setembro de 1989 e agosto de 1991, quando ampliou a pesquisa sobre magnetorresistência gigante (descoberta em 1988), que permitiu um aumento revolucionário na capacidade de armazenamento dos discos rígidos de computadores. "Minha atuação na equipe foi começar a estudar outros sistemas em que ocorreria a magnetorresistência gigante. Tive sucesso estudando multicamadas compostas pela sobreposição de camadas ultra-finas de cobalto e cobre. Os resultados foram publicados em um artigo científico bastante citado", disse, por telefone, de Paris, onde faz um pós-doutorado.

Segundo Mosca, Fert quis dizer que Curitiba não é como São Paulo – um exemplo de grande centro de pesquisa no Brasil por concentrar as maiores universidades. "Também é difícil encontrar no Brasil atividade conjunta entre centros de pesquisa e a indústria, como ocorre muito na França". Mesmo assim, o cientista deve manter seu trabalho no Paraná, por estar relacionado à UFPR.

Mosca afirma que sua pesquisa descobriu materiais que tiveram aplicação tecnológica por operarem em campos magnéticos adequados aos cabeçotes de leitura magnetorresistivas. Quando voltar ao Brasil, em janeiro de 2008, o pesquisador voltará a dar aulas no curso de graduação em Física e nos programas de Doutorado em Física e em Engenharia da UFPR. Mosca também orienta estudantes no Laboratório de Nanoestruturas para Sensores (Lansen) e mantém colaboração com Fert, pela qual estudantes de sua equipe vão com freqüência realizar estágios de doutorado na França.

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