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Estudante de escola primária segura cartaz do ditador  Kadafi durante protesto contra a ofensiva da Otan no país | Zohra Benzemra/Reuters
Estudante de escola primária segura cartaz do ditador Kadafi durante protesto contra a ofensiva da Otan no país| Foto: Zohra Benzemra/Reuters

Um ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra um tanque militar perto da cidade petrolífera de Brega, no leste da Líbia, matou ontem cinco rebeldes e feriu outros 11.

Revoltados e em pânico, mi­­lhares de moradores da cidade de Ajdabiya fugiram, no final da tarde, rumo a Benghazi. Eles escaparam em meio a relatos de que as tro­­pas de Kadafi teriam tomado Brega e avançavam rumo a Ajda­­biya, que fica a 80 quilômetros de Brega. Muitos insurgentes, que também fugiam em direção ao leste, gritavam insultos à Otan. "Foram os aviões da Otan. Eles dispararam duas vezes em nosso tanque", disse o combatente rebelde Ali Sahli, de 41 anos.

Os aviões de combate da Otan atacam as forças de Muamar Ka­­dafi no entorno de Brega, onde os rebeldes não conseguem avançar para chegar até Trípoli e derrubar o ditador. Mas os rebeldes acusam a aliança de fracassar em sua missão de proteger os civis. Um porta-voz de um chefe rebelde disse que aviões da coalizão mataram 13 pessoas, quatro delas civis, em um ataque aéreo perto de Brega em 1.º de abril.

Em Bruxelas, o comando da Otan não reconheceu o bombardeio contra os insurgentes, mas disse que a situação militar em Brega é "fluida" com tanques e veículos blindados trafegando em várias direções.

"O que permanece claro é que a Otan continuará a cumprir o mandato da ONU e atingir forças que podem, potencialmente, agre­­dir a população civil da Líbia", disse a aliança atlântica em comunicado.

O ministro das Relações Exte­­riores da França, Alain Juppé, disse ontem que agora é uma questão de como o regime de Kadafi cairá, pois o líder não é mais capaz de se sustentar no poder. "Além de proteger os civis, especialmente em Benghazi (principal cidade controlada pelos rebeldes), nós já desestabilizamos Kadafi", afirmou ele. A coalizão internacional realiza ataques contra as forças de Kadafi, com o objetivo declarado de impedi-los de atacar civis. A missão da Otan é amparada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Plano turco

O governo da Turquia fez ontem um apelo a Kadafi para que não ataque mais cidades controladas pelos insurgentes e chegue a um cessar-fogo.

A Turquia tem um plano para encerrar o conflito civil líbio e ele foi apresentado pe­­lo primeiro-ministro Recep Tay­­yip Erdogan na televisão turca.

"Um cessar-fogo verdadeiro precisa entrar em vigor imediatamente e as unidades militares de Kadafi precisam remover o cerco a algumas cidades", disse Er­­do­­gan, explicando seu plano para uma trégua no país do Magreb.

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