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O Exército da Líbia fez seguidos disparos de foguetes contra a cidade rebelde de Zintan, nas montanhas do oeste, dando sequência à campanha que criou uma crise humanitária e força milhares de pessoas a fugir do país.

Os rebeldes disseram que mais de 40 foguetes Grad atingiram Zintan no final da terça-feira, e a ajuda ao porto de Misrata, no oeste, foi prejudicada pelo fogo de artilharia e pelas minas perto da entrada da enseada. A cidade se tornou um dos campos de batalha mais sangrentos na guerra de dois meses.

Porta-vozes dos insurgentes afirmaram que os combates foram retomados nos subúrbios ao leste de Misrata, mas que os intensos ataques aéreos da Otan parecem ter dado ao porto, única via de abastecimento da cidade, um descanso dos bombardeios das forças do líder líbio Muamar Kadafi.

Segundo os rebeldes, cinco pessoas morreram nos ataques ao porto de Misrata nesta quarta-feira.

Em Trípoli, testemunhas ouviram duas grandes explosões no final da terça-feira, mas não houve explicação de sua causa.

Kadafi, que tomou o poder em um golpe em 1969, não é visto em público desde um ataque com mísseis da Otan no sábado que matou seu filho caçula e três netos. Autoridades em Trípoli disseram que ele goza de boa saúde.

Autoridades de inteligência dos EUA acreditam que Kadafi está vivo, segundo o diretor da CIA, Leon Panetta. "Nossas melhores informações são de que ele está vivo", disse Panetta à TV NBC News.

Prometendo lutar até a morte, Kadafi não seguiu o exemplo dos líderes do Egito e da Tunísia, que renunciaram na esteira de uma onda de protestos populares por todo o mundo árabe.

A guerra civil dividiu o país exportador de petróleo em áreas dominadas pelo governo no oeste em torno da capital Trípoli e uma região leste tomada por forças rebeldes.

Um comandante sênior da missão da Otan na Líbia rejeitou na terça-feira as alegações de analistas militares de que a guerra chegou a um impasse e disse que a aliança está alcançando seus objetivos.

"Pessoalmente não acho que haja um impasse real -- digamos que estamos indo devagar e sempre", afirmou ele em videoconferência do quartel-general da Otan em Nápoles.

Êxodo

Os países ocidentais que lançaram a campanha líbia em março esperavam que Kadafi fosse deposto rapidamente, mas suas milícias mais bem treinadas e equipadas detiveram os avanços rebeldes apesar do apoio da campanha de bombardeios aéreos agora sob comando da Otan.

Na declaração pública mais contundente até o momento sobre a Líbia, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse que "Kadafi deve renunciar imediatamente e entregar o governo ao povo líbio".

O Acnur, agência para refugiados da ONU, disse que o êxodo da região das montanhas do oeste recomeçou e que famílias líbias estão fugindo para o sul da Tunísia.

"No último final de semana, mais de 8 mil pessoas, a maioria berberes, chegou a Dehiba, no sul da Tunísia. A maior parte é de mulheres e crianças", disse Adrian Edwards, porta-voz do Acnur, em coletiva de imprensa em Genebra. Dezenas de milhares já fugiram.

O posto de fronteira de Dehiba já mudou de mãos várias vezes na última semana à medida que os combates se espalharam para o território tunisiano.

Uma violenta tempestade de areia na região tornou a situação ainda mais difícil. "A tempestade destruiu milhares de tendas e dois grandes depósitos portáteis," afirmou Edwards.

Enquanto isso, mais pessoas fogem da Líbia pelo mar rumo à Itália após uma pausa de 10 dias causada pelo mau tempo.

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