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Militar ucraniano com um crucifixo e uma bala no pescoço, em acampamento perto de Donetsk | Gleb Garanich/Reuters
Militar ucraniano com um crucifixo e uma bala no pescoço, em acampamento perto de Donetsk| Foto: Gleb Garanich/Reuters

Resposta

Europeus definem mais sanções contra Moscou ainda nesta semana

Folhapress

A União Europeia (UE) vai decidir sobre um pacote de novas sanções contra a Rússia na próxima sexta-feira, disse a ministra das Relações Exteriores italiana, Federica Mogherini, em fala ao Parlamento Europeu, pedindo a "resposta mais forte possível."

Mogherini, que será a próxima chefe de política externa do bloco, disse que a Comissão Europeia, o braço executivo da UE, vai apresentar hoje um pacote reforçado de sanções contra a Rússia.

"Embaixadores da UE se reunirão amanhã e a decisão será tomada até sexta-feira", disse Mogherini, que não quis dar detalhes do pacote de sanções, mas disse que teria como alvo quatro setores da Rússia, incluindo defesa, bens de dupla utilização e finanças.

Os líderes da UE decidiram em uma cúpula no último sábado que o envolvimento direto das tropas russas no conflito na Ucrânia exigia uma intensificação das sanções impostas até agora, a menos que a Rússia retire os soldados do país.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira que o comportamento de Moscou na Ucrânia não deve ficar sem resposta, mesmo que as novas sanções prejudiquem a economia alemã, que depende do gás importado da Rússia.

A Rússia vai alterar a estratégia militar que utiliza no leste europeu por causa da presença da Organização do Tratado do Atlântico Nor­­te (Otan), afirmou ontem Mi­­khail Popov, secretá­rio adjunto do Conselho de Segurança Nacional da Rússia.

A aliança militar ocidental anunciou na última segunda-feira a criação de uma força-tarefa com 4 mil soldados para uma possível reação ao movimento russo no leste da Ucrânia, onde forças do governo combatem separatistas alinhados com a Rússia.

O plano, que ainda deve ser aprovado em uma reunião dos 28 membros da aliança no País de Gales nesta semana, "demonstra que os líderes dos Estados Unidos e da Otan querem continuar com a política de agravar as tensões com a Rússia", disse Popov à agência Ria Novosti.

"Quando a doutrina de defesa da Rússia for atualizada neste ano, entre as ameaças militares estrangeiras será incluído o plano da Otan de ampliar a presença em nossa fronteira", afirmou o secretário adjunto.

Na reunião da Otan em Gales, amanhã e sexta-feira, os líderes da aliança pretendem adotar um plano de ação para dar segurança aos países aliados do leste europeu, que consideram estar sob ameaça da Rússia.

A Otan mobilizará "forças de reação extremamente rápida, com capacidade de deslocamento em um prazo de tempo muito curto", afirmou na segunda-feira o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen. A Ucrânia e aliados ocidentais acusam a Rússia de ajudar os rebeldes, enviando armas e soldados, o que Moscou nega.

Negociação

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse ontem que a decisão da Ucrânia de querer fazer parte da Otan mina os esforços para acabar com a guerra no leste do país.

De acordo com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, Kiev vai pedir ao Parlamento que o país abandone o status de "não-alinhado", o que abre caminho para o processo de adesão à Otan.

As conversas entre representantes ucranianos, separatistas e russos em Minsk, na última segunda-feira, terminou sem acordo.

A negociação deve recomeçar na próxima sexta-feira. Para Lavrov, as conversas em Minsk podem ser um exemplo de como buscar a solução pelo compromisso e não "impondo um ponto de vista".

1 milhão de pessoas tiveram de abandonar suas casas para escapar do conflito na Ucrânia — são agora deslocados internos ou refugiados —, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Contexto

Um comentário de Putin, de que a Rússia poderia capturar Kiev em duas semanas, foi colocado fora do contexto, disse ontem o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, para quem as palavras tinham "outro significado". A frase foi dita ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, segundo o jornal italiano La Repubblica.

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