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As forças de segurança da Espanha e do Marrocos expulsaram, em uma operação conjunta nesta terça-feira (4), 81 imigrantes ilegais de uma pequena ilha espanhola deserta e os enviaram ao território marroquino, em uma operação criticada por várias ONGs espanholas. "Os menores e as mulheres já estão aqui, e os outros saíram nesta madrugada", disse à AFP um porta-voz da Guarda Civil, explicando que a operação foi realizada "conjuntamente" entre Espanha e Marrocos, "sem nenhum incidente em absoluto".

Nos sites digitais dos jornais El País e El Mundo, fotografias tiradas durante a noite mostram militares espanhóis em uma lancha transferindo os imigrantes para Marrocos e percorrendo os últimos metros na água para entregá-los às forças de segurança marroquinas na praia, se esforçando para não pisar no solo desse país.

No total, 83 imigrantes procedentes da África Subsaariana haviam desembarcado nos últimos dias na Ilha da Terra, um pequeno arquipélago desabitado, que pode ser alcançado a nado a partir de uma praia marroquina, o que representa um desafio para as autoridades da Espanha. A operação foi criticada por várias ONGs espanholas, que acusaram Madri de ter "violado a legislação espanhola ao entregar os imigrantes da Ilha da Terra a Marrocos".

"Não foi respeitado o procedimento estabelecido na Lei de Estrangeiros, nem houve possibilidade de que as potenciais pessoas refugiadas solicitassem asilo. Em vez disso, foram entregues a um país que viola sistematicamente os direitos humanos dos imigrantes", insistiram essas associações de defesa dos direitos humanos.

Espanha e Marrocos resolveram em conjunto um problema que parecia um quebra-cabeça. "Aqui o objetivo não é tanto ter que atuar desta maneira, mas também evitar que cheguem mais imigrantes aos rochedos espanhóis", disse o porta-voz do Ministério do Interior. O ministro de Assuntos Externos, José Manuel García Margallo, se mostrou "convencido" de que a chegada de imigrantes em situação irregular à Ilha de Tierra é "uma operação organizada pelas máfias que traficam seres humanos".

A Espanha tinha oferecido recentemente uma ajuda básica - cobertores, água e alimentos - os migrantes desembarcados na ilha, recusando, contudo, a dar a eles a mínima esperança de serem transferidos na península ibérica. O país se apoia agora em uma cooperação crescente com o Marrocos para evitar que este tipo de situação se repita.

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