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Vídeo| Foto: Reprodução RPC TV

Saiba mais sobre Mainmar

Nome Oficial: União de Mianmar (antiga Birmânia)Capital: YangunDia da independência (do Reino Unido): 4 de janeiro de 1948Idioma: birmanêsMoeda: kyatReligião: 89% são budistas, 4% são cristãos e 4% são muçulmanosPIB (Produto Interno Bruto): US$ 85,2 bilhões (Paridade de Poder de Compra de 2006)PIB per capita: US$ 1.800Localização: Ásia meridionalÁrea: 678,5 mil Km2População: 47,3 milhõesNível de alfabetização: 89,9%Fonte: CIA

Depois de dois dias de repressão violenta, os monges já não lideram os protestos que, nesta sexta-feira, voltaram a unir milhares de pessoas na maior cidade de Mianmar. O forte dispositivo de segurança estabelecido pela Junta Militar nos mosteiros de Rangun impediu que os religiosos budistas, até hoje o motor das mobilizações, pudessem sair às ruas. Mas os manifestantes voltaram a protestar contra a ditadura e foram novamente dispersados a tiros pelas forças oficiais, enquanto tropas do Exército de Mianmar deixavam o centro e sudeste do país e se dirigiam a Rangun. Segundo a rede de TV americana CNN, testemunas dizem ter visto pelo menos 35 corpos de vítimas nas ruas.

Além de usar a violência - com armas automáticas, tanques e gás lacrimogêneo -, os militares fecharam nesta sexta-feira os cybercafés de Mianmar, numa tentativa de impedir que qualquer informação sobre a repressão exercida para frear os protestos seja enviada ao exterior. Fontes da dissidência informaram que na noite de quinta-feira o governo também cortou o serviço dos provedores de internet do país.

O Ministério da Defesa birmanês também atacou blogs com vírus e usou agentes para buscar na rede internautas opositores ao regime. Além disso, a Junta Militar interrompeu o serviço de ligações telefônicas para o exterior a partir do meio-dia, horário em que começam as manifestações contra o governo. As autoridades avisaram ainda que vão cortar os serviços telefônicos e de eletricidade nas áreas dos protestos.

O governo já havia adotado outras medidas para reprimir a comunicação do país como mundo. Dezenas de estrangeiros foram expulsos de Mianmar por observar ou fotografar as manifestações e militares revistaram um hotel em busca de jornalistas estrangeiros. Além disso, a líder oposicionista e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, foi acusada pelas autoridades de incitar os protestos e levada na quarta-feira para a prisão de segurança máxima de Insein, nos arredores de Rangun.

Imagens de satélite mostram destruição de vilas em todo o país

Mas a crise em Mianmar fez os olhos do mundo se voltarem para o país. Por meio de imagens de satélite, cientistas da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAS, na sigla em inglês) confirmaram nesta sexta-feira denúncias recebidas em abril de que vilas estão sendo queimadas e birmaneses estão sendo obrigados a deixar suas casas, entre outros abusos aos direitos humanos. Fotografias de alta resolução feitas por um satélite comercial documentaram o crescimento da presença militar em diversas regiões do país.

- Nós encontramos evidências de 18 vilarejos que basicamente desapareceram - disse o pesquisador da AAAS Lars Bromely.

Protestos contra a ditadura em Mianmar também foram registrados em diversos países, como Japão, Tailândia, Asutrália, Itália e França. Governos de diversos países também se manifestaram contra o governo birmanês.

Em meio ao caos, o governo de Mianmar aceitou na quinta-feira receber Ibrahim Gambari, representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi enviado ao país para avaliar sua crise política. Ele já está a caminho de Rangun, onde deve chegar nesta sexta-feira.

Em reunião do Conselho de Segurança, a União Européia e os Estados Unidos tentaram na quarta-feira estabelecer novas sanções ao país. Mas a medida foi rejeitada pela China, que tem poder de veto no órgão mais importante da ONU.

A China, ao lado da Rússia, é um grande parceiro de Mianmar, com quem mantém relações comerciais. O presidente dos EUA, George W. Bush, encontrou-se na quinta-feira com o chanceler chinês, Yang Jiechi, na quinta-feira e expressou sua preocupação sobre Mianmar.

Ao menos 10 mortos em confrontos na quinta-feira

As pressões internacionais não impediram, porém, que o Exército de Mianmar prendesse mais de 800 monges em batidas realizadas na noite de quarta-feira e na madrugada desta quinta, em quatro mosteiros de Rangun. Ao menos dez pessoas morreram na quinta-feira, entre elas um monge e um fotógrafo japonês.

As manifestações também foram reprimidas com violência na quarta-feira, quando cinco pessoas, entre elas três monges, foram mortas a tiros ou por causa dos golpes que receberam das forças de segurança na cidade de Rangun, a maior do país. Nas principais cidades, está em vigor desde terça-feira o toque de recolher noturno. Além disso, assembléias e reuniões de mais de cinco pessoas estão proibidas.

Os protestos começaram após o aumento dos preços do petróleo, que tiveram impacto sobre o custo de vida. As manifestações tornaram-se mais intensas há 10 dias, depois de forças oficiais reagirem com violência às ações de monges no interior do país.

Mianmar é governada por um regime militar desde 1962. As últimas eleições parlamentares foram em 1990, quando o partido oficial sofreu uma derrota para a LND, da vencedora do prêmio Nobel da Paz Suu Kyi.

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