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Forças sírias apoiadas por tanques e helicópteros invadiram a estratégica cidade de Rastan nesta terça-feira em busca de desertores do Exército que iniciaram uma resistência armada após meses de protestos pacíficos contra o governo do presidente Bashar al-Assad.

Dezenas de tanques e veículos blindados entraram na cidade de 40 mil habitantes após um cerco de dois dias.

"Tanques se aproximaram de Rastan na madrugada e o som de metralhadoras e explosões não tem parado. Eles finalmente entraram na cidade nesta manhã", afirmou o morador Abu Qassem.

Centenas de soldados que se recusaram a acatar ordens para atirar contra manifestantes formaram uma força dissidente intitulada Exército Sírio Livre. A força, liderada pelo capitão Abdelrahman Sheikh, conta com alguns tanques e diz ter formado 12 batalhões ao redor do país.

Os desertores já atacaram veículos militares e fizeram emboscadas em bloqueios administrados pelas tropas de Assad. As ações se multiplicaram nos últimos dias.

Uma das brigadas mais ativas é Khaled Bin al-Walid, que atua em Rastab e conta com cerca de 2 mil soldados desertores. O grupo também atua como uma força de defesa em bairros ocupados por opositores de Assad, vigiando ruas enquanto protestos acontecem.

O coronel Riad al-Assad, mais alto membro das Forças Armadas a desertar até agora, tem atuado na área. "É o início de uma rebelião armada", disse Riad, que desertou da Força Aérea em julho. "Não podemos derrotar esse regime exceto pelo uso da força e derramamento de sangue. Mas as nossas perdas não serão piores do que o que temos agora, com assassinatos e tortura."

Além de Rastan, a região ao redor de Homs e Idib, na fronteira com a Turquia, se tornaram focos de resistência armada, embora a maior parte das Forças Armadas, comandadas por oficiais da minoria alawita Assad, ainda se mantenha leal.

Segundo as Nações Unidas, mais de 2.700 sírios, incluindo 100 crianças, foram mortos na revolta de seis meses contra o governo Assad. O regime atribui a violência a gangues armadas, que teriam matado 700 membros das forças de segurança.

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