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Tropas sírias mataram 24 manifestantes nesta sexta-feira, disse um proeminente advogado de direitos humanos, durante protestos de dezenas de milhares de pessoas pedindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, numa das maiores manifestações desde o início do levante na Síria em março.

Desafiando a repressão militar de Assad, os manifestantes mais uma vez tomaram as ruas após as orações de sexta-feira, dos vilarejos perto da fronteira libanesa, no oeste, às regiões desérticas próximas ao Iraque, no leste.

"Bashar, saia de nossas vidas", lia-se em cartazes levados por milhares de curdos que marcharam pela cidade de Amouda, no nordeste do país, de acordo com um vídeo do You Tube feito por um morador.

O advogado Razan Zaitouna disse à Reuters por telefone que entre as vítimas estavam sete pessoas da cidade central de Homs, palco de amplos protestos contra Assad, e 14 moradores de vilarejos na província de Idlib, no noroeste do país, onde tropas apoiadas por helicópteros e tanques têm atacado aldeias para dominar a insurgência nas áreas rurais perto da Turquia.

Na cidade de Hama, imagens de vídeo pareciam mostrar dezenas de milhares de manifestantes reunidos numa praça central. Testemunhas e ativistas afirmaram que os manifestantes em Hama e nas áreas curdas do leste empunhavam cartões vermelhos, usando um símbolo do futebol para exigir a "expulsão" de Assad.

As autoridades proibiram a maior parte da mídia internacional de operar na Síria depois do início dos protestos em março, tornando difícil checar as notícias dadas pelos ativistas e pelas autoridades.

A televisão estatal afirmou que atiradores haviam disparado contra forças de segurança em Homs e em outras várias cidades, ferindo dois deles.

No antigo distrito de Bab Sbaa, em Homs, uma testemunha afirmou que diversos veículos blindados e soldados dispararam contra os manifestantes a partir de barricadas montadas nas ruas principais da cidade de 1 milhão de habitantes.

Outro ativista em Homs disse que o número de mortes pode ser maior, com tropas cercando um hospital particular em Bab Sbaa e diversos feridos sendo levados a outro hospital nas imediações da cidade, onde as forças de segurança não estavam presentes.

Os manifestantes tomam as ruas há 14 semanas para protestar contra Assad num levante que já custou a vida de cerca de 1.300 civis, de acordo com grupos de direitos humanos. As autoridades afirmam que 500 policiais e soldados foram mortos por atiradores, a quem também atribuem a maior parte das mortes civis.

Ao mesmo tempo em que impõe a repressão militar, Assad prometeu promover um diálogo nacional sobre reformas políticas e na segunda-feira deu uma oportunidade rara às exigências da oposição, quando autoridades autorizaram a realização de uma conferência em Damasco à qual compareceram 150 intelectuais.

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