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Londres (Folhapress) – Alemanha, França e Reino Unido apresentaram ontem ao Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada às Nações Unidas (ONU), uma resolução que envia o programa nuclear do Irã ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

O texto, que conta com o apoio de todos os integrantes permanentes do CS (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido), pede ao diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, que notifique o órgão da ONU sobre os descumprimentos iranianos de resoluções da agência. O projeto de resolução destaca ainda que o Irã deve cumprir uma série de requerimentos para restabelecer a confiança perdida e esclarecer os assuntos pendentes na investigação de seu programa nuclear.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reafirmou que seu país não abandonará seu programa nuclear e acusou o Ocidente de tratar o caso nuclear iraniano com uma mentalidade "medieval". As autoridades iranianas têm dito que todas as acusações contra seu polêmico programa nuclear são falsas, e pediu que o mundo não cometa "um erro histórico" ao levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. A comunidade internacional teme a repetição do que houve recentemente com o Iraque.

Ameaça

O embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, anunciou em Viena que se o dossiê iraniano for enviado ao Conselho, Teerã interromperá sua cooperação voluntária com a agência e dará início à produção industrial de urânio enriquecido. Esse material serve tanto para produzir combustível nuclear em usinas energéticas, de propósito pacífico, como para a fabricação de bombas atômicas, um fim bélico.

Pouco antes do anúncio europeu contra o Irã, ontem, os EUA disseram que levar o programa nuclear do país ao CS é uma "questão de credibilidade" para a AIEA. O embaixador dos EUA na agência atômica, Gregory Schulte, disse ter recebido informações da AIEA sobre novos aspectos que chamou de "inquietantes" sobre o programa nuclear iraniano, que indicariam a existência de "dimensão militar".

Lacres

No dia 10 de janeiro, o Irã removeu os lacres em seu centro de pesquisas nucleares para o enriquecimento de urânio, anunciando que retomaria a "pesquisa e desenvolvimento" nucleares com urânio, causando imediata reação dos Estados Unidos, da União Européia e da Rússia.

Segundo a AIEA, o país planeja enriquecer urânio — material com utilidade militar. EUA e União Européia tinham pedido ao país a interrupção de atividades nucleares de potencial uso bélico.

A posição do Irã dificulta ainda mais as relações do país com os norte-americanos — que acusam o governo iraniano de querer desenvolver armas atômicas de destruição em massa. O Irã nega as acusações, alegando que seu programa nuclear é totalmente pacífico.

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