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Cidade do México (AFP) – A crise crescente da água – mais de 1 bilhão de pessoas no planeta não tem acesso e a escassez causa estragos no meio ambiente - precisa de ações locais urgentes, concordaram ontem os participantes do IV Fórum Mundial da Água. "Há muita gente no planeta, mas a cada ano diminuem os recursos disponíveis por habitante", disse Loic Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água (CMA). "A tarefa planetária" é "garantir o abastecimento hídrico do mundo inteiro", afirmou Alejandro Guillermo Orange Nassau, príncipe da Holanda.

Mais de 13 mil pessoas estão na capital mexicana para participar do maior fórum mundial sobre a água, entre elas 120 ministros de Estado que representam seus países. Até 22 de março, sob o lema "Ações locais para um desafio global", centenas de organizações, especialistas e representantes de governos trocarão experiências de sucesso no manejo, distribuição e saneamento dos recursos hídricos. A última edição deste fórum foi celebrada em 2003 no Japão. "Pouco se avançou desde então", reconheceu o príncipe japonês Naruhito. Além disso, desastres naturais, como a tsunami e inundações, se somaram à crise mundial da água, acrescentou Naruhito.

De acordo com as metas do milênio, estabelecidas pela ONU, até 2015 o número de pessoas sem acesso à água potável teria que baixar para 550 milhões e o saneamento teria que beneficiar 1,4 bilhão de pessoas. Para alcançar estes objetivos, a América terá que garantir o acesso de água limpa a 120 milhões de pessoas e garantir que o saneamento beneficie 238 milhões. Os 120 milhões de pessoas que precisariam de água potável até 2015 se concentram em grandes cidades de Brasil (54 milhões), México (12 milhões), Argentina (8 milhões), Venezuela (7 milhões) e Peru (7 milhões).

Também ontem começaram os protestos contra as privatizações dos recursos hídricos, projetos de barragens e extração de água de comunidades pobres na Índia. Os manifestantes montaram acampamento na Cidade do México, antes de marcharem rumo ao centro de convenções em que o presidente Vicente Fox abriu o Fórum. A polícia disse que manteria os manifestantes a pelo menos 1,6 quilômetro do centro. Os organizadores do fórum estabeleceram a meta de melhorar o acesso à água para os pobres, mas esforços similares no passado fracassaram: os pobres pagam muito mais dinheiro a companhias privadas por sua água hoje do que o faziam quando o primeiro fórum global da água foi realizado, em Marrakech, Marrocos, em 1997.

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