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Lí­der lí­bio Muamar Kadafi acena de carro em Trí­poli após encontro com delegação de cico lí­deres africanos que buscavam mediar conflitos no país | Reuters
Lí­der lí­bio Muamar Kadafi acena de carro em Trí­poli após encontro com delegação de cico lí­deres africanos que buscavam mediar conflitos no país| Foto: Reuters

Uma iniciativa africana para paralisar a guerra civil da Líbia fracassou em poucas horas na segunda-feira, depois que as forças de Muamar Kadafi bombardearam uma cidade sitiada, e os rebeldes disseram que não pode haver acordo se ele não deixar o poder.

A rejeição dos rebeldes ao plano ocorreu menos de 24 horas depois de o presidente sul-africano, Jacob Zuma, chefe de uma missão da União Africana, anunciar que Kadafi aceitara o plano, incluindo uma proposta de cessar-fogo.

Enquanto presidentes africanos negociavam com a liderança dos rebeldes em Benghazi, seu principal reduto, insurgentes disseram que as forças de Gaddafi bombardearam a cidade de Misrata, a oeste.

Os rebeldes de lá zombaram dos relatos de que Kadafi teria aceitado a trégua, e disseram que as forças do governo estavam atirando foguetes na cidade e travando um combate casa a casa.

Líderes ocidentais também rejeitaram qualquer acordo que não inclua a saída de Kadafi, e a Otan se recusou a suspender os ataques às forças dos governo enquanto não houver uma trégua plausível.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse a jornalistas em Bruxelas que o governo de Kadafi já anunciou um cessar-fogo no passado, mas "não cumpriu suas promessas".

Em entrevista coletiva após a reunião em Benghazi, o líder rebelde Mustafa Abdel Jalil disse que "a iniciativa da União Africana não inclui a saída de Kadafi e de seus filhos a partir do cenário político líbio, e portanto está desatualizado".

"Qualquer proposta futura que não incluir isso - não poderemos aceitar", acrescentou, acusando novamente Kadafi de realizar ataques contra civis.

A Otan afirmou que seus ataques aéreos contra os blindados do governo serão mantidos enquanto os civis continuarem sendo alvos de Gaddafi.

Cerco a Misrata

Um morador da cidade costeira de Misrata, sitiada há seis semanas, disse à Reuters que houve pesados combates no seu acesso pelo leste e no centro.

Os rebeldes disseram à Reuters que a situação dos civis é desesperadora, e que as forças de Gaddafi ampliaram sua agressão, disparando pela primeira vez foguetes russos Grad, montados sobre caminhões.

Antes, a TV Al Jazeera disse, citando um porta-voz dos rebeldes, que cinco pessoas morreram e 20 ficaram feridas em Misrata, um bastião rebelde isolado no oeste da Líbia.

Alguns analistas dizem que Misrata é vital para a sobrevivência de Kadafi, porque seu porto abastece Trípoli, a capital.

A entidade Human Rights Watch acusou as forças de Kadafi de cometerem ataques indiscriminados contra civis em Misrata, violando o direito internacional. A ONG disse que cerca de 250 pessoas morreram.

Em Washington, a Casa Branca disse que as forças da coalizão não irão "abrandar" os ataques.

A proposta da UA incluiu o fim imediato das hostilidades, um controle eficaz do cessar-fogo, a entrega de ajuda humanitária e a proteção dos estrangeiros.

Os rebeldes já haviam rejeitado uma solução negociada para a crise, a mais sangrenta em uma série de revoltas no mundo árabe, que já resultaram na queda dos governos autocráticos da Tunísia e do Egito.

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