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Potsdam, Alemanha – A última tentativa para salvar a rodada de Doha, para a liberalização do comércio mundial, fracassou ontem, depois de três dias de discussões entre delegacões da União Européia, Estados Unidos, Índia e Brasil em um castelo de Potsdam, cidade próxima a Berlim. Europeus e americanos se recusaram atender às exigências dos países emergentes sobre a redução dos subsídios agrícolas ou sobre os chamados "produtos sensíveis". Diante da intransigência, Brasil e Índia abandonaram a reunião.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim disse que a negociação fracassou porque americanos e europeus não estavam dispostos a atender às exigências do G-20, grupo dos países em desenvolvimento, que é liderado pelo Brasil, que exige redução dos subsídios agrícolas e, em contrapartida, estaria disposto a uma redução parcial das tarifas de importação de bens industrializados.

"A tática foi ficar em um joguinho", criticou o ministro Celso Amorim, ao comentar a estratégia de negociação da União Européia (UE) e dos Estados Unidos.

Já a representante de comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, acusou a Índia e o Brasil de terem abandonado a mesa de negociação e de terem convocado os jornalistas para uma entrevista coletiva ainda antes do fracasso oficial da reunião.

"Eles abandonaram fisicamente a conferência", disse Schwab, lembrando depois que os americanos apostavam na reunião, tendo feito suas reservas de vôo para domingo, já que a previsão de conclusão do encontro era sábado, enquanto que a delegação brasileira já havia feito suas reservas de volta para hoje.

O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, no entanto, divulgou comunicado em que citou avanços nas negociações – sem, no entanto, apontá-los. Para o comissário, os países não conseguiram convergência na ampla agenda de discussões, mas seria necessário um "esforço proporcional’’ de todos os membros para que houvesse uma conclusão sobre a questão agrícola.

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