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Peça traz a inscrição “no step” (não pise), que normalmente é colocada em áreas da asa de aviões comerciais | ADRIEN BARBIER/AFP
Peça traz a inscrição “no step” (não pise), que normalmente é colocada em áreas da asa de aviões comerciais| Foto: ADRIEN BARBIER/AFP

Um fragmento de avião encontrado na costa de Moçambique, no leste da África, será enviado para a Austrália para determinar se pertence ao Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu há dois anos.

O voo MH370 desapareceu em 8 de março de 2014 pouco depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim, com 239 pessoas a bordo. Até o momento, apenas um fragmento de asa do avião foi encontrado na ilha francesa de Reunião, em julho do ano passado.

Familiares dos passageiros do avião lançaram um apelo emocionado nesta quinta-feira às autoridades para que continuem com as buscas, pouco antes da publicação de um relatório provisório da investigação em 8 de março.

A Austrália, que lidera as buscas no Oceano Índico, onde acredita-se que a aeronave caiu, deveria concluir em julho as operações na zona delimitada onde poderia estar o aparelho.

O ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai, considerou na quarta-feira que é “muito provável” que o fragmento encontrado na costa de Moçambique pertença a um Boeing 777, o mesmo modelo do avião da Malaysia Airlines.

As autoridades de Moçambique confirmaram que uma peça de avião, que ainda não foi formalmente identificada, havia sido entregue por um turista americano, Blaine Gibson.

Mas o presidente da Autoridade de Aviação Civil de Moçambique (IACM), João de Abreu, disse que era “prematuro (...) dizer que esta peça pertence a um Boeing ou a um Airbus ou outro”.

Por sua parte, o ministro australiano dos Transportes, Darren Chester, indicou que o pedaço de avião, de cerca de um metro de comprimento, seria enviado para a Austrália para ser analisado pelas autoridades e peritos, incluindo da fabricante Boeing.

Funcionários da embaixada da Austrália em Moçambique foram instruídos para recuperar o objeto com as autoridades locais, segundo Liow. Especialistas da aviação civil malaia e da Malaysia Airlines estão a caminho de Moçambique, acrescentou.

“Sem jogar a toalha”Se for confirmado que este fragmento pertence ao Boeing da Malaysia Airlines, seria uma segunda parte do avião encontrado desde o seu desaparecimento.

João de Abreu, presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM)ADRIEN BARBIER/AFP

Em julho passado, um fragmento de asa foi encontrado na ilha francesa da Reunião, no Oceano Índico, e de acordo com as autoridades da Malásia e da justiça francesa era do voo MH370. Mas o mistério sobre o seu desaparecimento continua.

As especulações continuam concentradas principalmente em torno de uma falha mecânica ou estrutural, ou um ato terrorista, mas nada confirma qualquer um dos cenários. O mistério em torno dessa tragédia também tem alimentado uma série de teorias da conspiração.

Se nada for encontrado no Oceano Índico até julho, as autoridades australianas planejam encerrar as buscas. Uma perspectiva que à qual se opõe os parentes dos passageiros do avião.

A associação de famílias das vítimas Voice370 publicou nesta quinta-feira um comunicado pedindo aos países envolvidos nas buscas a não cessar as operações enquanto algo não for encontrado.

“Voice370 pede com insistências às autoridades que continuem as operações na área atual. Acreditamos que eles não devem jogar a toalha, fechar o caso e simplesmente considerá-lo como um mistério insolúvel”, escreve o coletivo.

A dor das famílias não diminuiu após dois anos “agonizantes”, acrescenta Voice370, destacando as “feridas profundas causadas pela perda” dos parentes e o fato de “não saber” o que teria acontecido.

Além disso, uma equipe de investigadores internacionais que trabalha neste caso vai publicar um relatório em 8 de março, no segundo aniversário do desaparecimento da aeronave, indicou Liow.

“O objetivo desta equipe de investigação é determinar a causa do acidente, então eu acredito que o relatório provisório tratará, sem dúvida, sobre esta questão”, acrescentou, sem mais esclarecimentos.

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