• Carregando...
Manifestante russo segura cartaz no qual chama o presidente norte-americano, Barack Obama, de “terrorista número 1” | Alexander Demianchuk/Reuters
Manifestante russo segura cartaz no qual chama o presidente norte-americano, Barack Obama, de “terrorista número 1”| Foto: Alexander Demianchuk/Reuters

Espera

Brasil e Japão pedem que intervenção só ocorra com aval da ONU

Brasil e Japão defenderam a continuidade dos esforços para obter uma solução negociada ao conflito sírio e pediram paciência até a divulgação dos resultados da missão da ONU que investiga o suposto uso de armas químicas no país. Em entrevista conjunta em Brasília, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e do Japão, Fumio Kishida, concordaram que um ataque dos EUA só poderia ser feito com autorização do Conselho de Segurança da ONU. "O uso de armas químicas é intolerável, mas deve se esperar até saber o resultado da missão das Nações Unidas que se deslocou à Síria para investigar o caso", disse Figueiredo.

Apelo

Bashar Jaafari, representante sírio na ONU, enviou uma carta para Ban Ki-moon, secretário-geral da entidade, pedindo que impeça um ataque dos EUA contra a Síria. Segundo Jaafari, os EUA "precisam exercer seu papel de patrocinador da paz e de parceiro da Rússia para preparar uma conferência internacional".

Parlamento

Secretário britânico admite nova votação sobre ação militar

O secretário britânico de Defesa, Philip Hammond, admitiu ontem, no Parlamento, uma nova votação sobre a participação do Reino Unido numa ação militar na Síria. É o primeiro integrante do alto escalão do governo a aceitar essa possibilidade. Até agora, ministros, incluindo o premiê David Cameron, têm dito que não há chances de haver uma segunda proposta sobre o tema depois que o Parlamento recusou na quinta-feira uma intervenção militar. Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem planos de enviar em breve uma delegação de parlamentares aos EUA para discutir a situação da Síria com membros do Congresso norte-americano.

Negociações

Senadores republicanos defendem acordo no Congresso sobre ataque

Efe

Dois dos senadores republicanos mais críticos à política do presidente dos EUA, Barack Obama, advertiram ontem para as consequências negativas da falta de acordo no Congresso para um plano de ataque à Síria.

Senador pelo Arizona e ex-candidato presidencial republicano em 2008, John McCain afirmou, após encontro com Obama, que seria "catastrófico" que não houvesse um acordo sobre a resposta militar à Síria pelo uso de armamento químico.

McCain e o senador pela Carolina do Sul Lindsey Graham se mostraram de acordo com Obama em um ponto: que a intervenção militar na Síria não deveria requerer "tropas no terreno". Porém, entendem que o ataque "limitado" que prometeu a Casa Branca deveria ser parte de uma estratégia para mudar o curso de dois anos e meio de guerra na Síria a favor da oposição.

Compromisso

"Necessitamos articular um compromisso que reduza as capacidades de Assad e aumente as capacidades [militares] do Exército Livre Sírio", disse McCain em um breve discurso no exterior da Casa Branca.

Por sua parte, Graham, membro do Comitê dos Serviços Armados do Senado, fez um pedido a seus companheiros de partido: "Se não veem a conexão entre Síria e o Irã, estão cegos e não veem a realidade com clareza".

281 mortes foram causadas pelo suposto ataque químico, segundo relatório do governo francês.

  • John McCain: falta de acordo seria
  • Bashar Assad:

A França divulgou ontem um dossiê em que acusa o governo sírio de usar armas químicas em massa. O documento servirá para o presidente François Hollande sustentar a decisão de participar, ao lado dos Estados Unidos, de um ataque ao regime de Bashar Assad.

Baseado em vídeos e "fontes", o dossiê afirma que ao menos 281 pessoas morreram por uso de armas químicas – como os gases sarin e mostarda – no dia 21 de agosto nos arredores de Damasco. O número é bem abaixo das 1.429 supostas mortes divulgadas pelos EUA.

"A análise das informações que possuímos hoje nos leva a estimar que em 21 de agosto de 2013 o regime lançou um ataque contra alguns subúrbios de Damasco capturados por unidades de oposição, recorrendo ao mesmo tempo a armas convencionais e ao uso em massa de agentes químicos", diz o relatório de nove páginas. Também foram divulgados seis vídeos curtos que o governo garante terem sido gravados por testemunhas na manhã do suposto ataque com armas químicas na periferia de Damasco.

Aparentemente, segundo o documento, não seria a primeira vez que armas químicas foram usadas na Síria este ano. Amostras de urina, sangue, solo e munições confirmam o uso de gás sarin em abril em Saraqeb e Jobar, dizem os analistas franceses. Assim como no episódio mais recente, governo e rebeldes trocam acusações mútuas sobre quem teria usado armas químicas em Saraqeb e Jobar.

Coalizão

Parlamentares franceses querem discutir o assunto, mas Hollande sinalizou que poderá autorizar a ação militar sem a aprovação deles. Ao fazer isso, Hollande descarta o risco de repetir na França o que ocorreu no Reino Unido. O Parlamento britânico vetou uma moção do premiê David Cameron que abria caminho para agir na Síria.

Ainda ontem, o primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault, recebeu deputados, os ministros da Defesa e das Relações Exteriores e oficiais dos serviços de espionagem e de segurança para discutir a situação na Síria.

Ao término da reunião, Ayrault disse que a França está "determinada a agir contra o uso de armas químicas pelo regime de Bashar Assad e para dissuadi-lo" de recorrer novamente a esse tipo de munição. Segundo ele, no entanto, a França não agirá sozinha e o presidente François Hollande "continua com seu trabalho de persuasão para formar uma coalizão o mais rápido possível".

Um debate sobre a Síria no Parlamento está marcado para amanhã. No entanto, a Constituição francesa não exige autorização legislativa para que o presidente envolva o país em uma guerra.

Todos perderão o controle, diz Assad

Folhapress

O ditador sírio Bashar Assad advertiu para o risco de uma guerra regional em caso de intervenção dos Estados Unidos e aliados no país. A missão militar é defendida pelo presidente Barack Obama como uma retaliação ao suposto ataque químico de 21 de agosto.

Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, publicada ontem, Assad afirmou que "o Oriente Médio é um barril de pólvora e que o fogo se aproxima", em referência à expansão do conflito no país para outras áreas da região.

"O Oriente Médio é um barril de pólvora e o fogo se aproxima. O risco de uma guerra regional existe. Não temos que falar só da resposta síria, mas também o que poderia acontecer após o primeiro ataque. Ninguém sabe o que aconteceria. Todo mundo perderá o controle da situação quando o barril explodir", afirmou.

O mandatário voltou a desafiar os Estados Unidos, a França e outros países a apresentarem provas de que ele usou as armas químicas. "Desafiamos os Estados Unidos e a França a aparecer com um pedaço sequer de prova. Obama e Hollande têm sido incapazes de fazer isso".

Negativa

Ele voltou a negar qualquer participação nos ataques químicos e disse ser ilógica a acusação de uso de armas químicas. "Suponha que os nossos militares quisessem usar armas de destruição em massa: é possível fazê-lo em uma área onde eles próprios foram feridos por elas? Onde está a lógica?", questionou.

Ele criticou o governo francês por seu apoio aos rebeldes. "Qualquer um que contribua para o reforço financeiro ou militar dos terroristas é inimigo do povo sírio. Se as políticas do Estado francês são hostis ao povo sírio, o Estado será inimigo", afirmou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]