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O ministro do Interior francês, Claude Guéant, afirmou neste sábado (24) que o assassino de Toulouse, Mohammed Merah, era "um lobo solitário", o que tornava mais complicado antecipar sua ameaça porque a França nunca havia enfrentado esse tipo de risco.

O que aconteceu em Toulouse "nos lembra que a ameaça terrorista paira sobre nosso país. O mais normal é que enfrentemos indivíduos que trabalham em grupo, que se reúnem e falam", destacou Guéant em entrevista ao jornal "Le Figaro".

O ministro francês detalhou que no caso de Merah, a França teve que enfrentar "uma ameaça de outro tipo" já que era "um terrorista que atuava sozinho, o que os especialistas chamam de lobo solitário".

"É a primeira vez que a França enfrenta este tipo particular de ação, muito difícil de prever porque é individual", acrescentou.

Guéant, que esteve em Toulouse desde o massacre provocado por Merah na segunda-feira passada em um colégio judaico dessa cidade do sul da França, assinalou que "na França não se detém pessoas por delitos de opinião".

"Não podia ser detido por encontrar salafistas. Nem ele nem as pessoas que encontrava tinham dado o menor sinal de periculosidade", declarou o ministro.

Quanto à presença de Merah na lista de pessoas proibidas de viajar aos Estados Unidos, Guéant indicou que nela se encontram "todos os que vão ao Afeganistão e Paquistão", o que faz com que haja "muitas pessoas".

"Em qualquer caso, era um cidadão francês a quem, portanto, não se podia proibir de deslocar-se pela França", completou.

O ministro também falou das polêmicas sobre o uso de gases para prender Merah com vida.

"São meios ilegais. Essa técnica está proscrita pelas convenções internacionais porque provocou no passado numerosas vítimas", comentou.

Para o ministro, "todas estas polêmicas estão alimentadas por gente que não conhece nada do caso, que não estiveram no lugar nem escutaram as conversas da polícia com o assassino".

Guéant considerou inaceitável que se ponha em questão a eficácia da Polícia. "Nossos serviços são muito ativos na luta contra o terrorismo e reconhecidos mundialmente", assinalou, lembrando que a França não tinha sofrido atentados terroristas desde 1996 "apesar da ameaça crescente".

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