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O ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy, afirmou na segunda-feira não identificar nenhuma chance de que a violência se dissemine depois de jovens terem incendiado um ônibus na cidade de Marselha (sul), no fim de semana.

Uma estudante ficou gravemente ferida no episódio e corre risco de morte.

O ministro pediu aos franceses que não alimentem a violência, um ano depois dos distúrbios ocorridos em bairros periféricos de grandes cidades francesas.

``Algumas pessoas continuam a colocar lenha na fogueira ao falar sobre as celebrações de um aniversário que não é um aniversário. Ao contrário do que essas pessoas esperam, não há risco de contágio neste momento'', afirmou Sarkozy, à rádio Europe 1.

O ministro disse que as autoridades do país estavam perto de identificar os vândalos encapuzados que pararam o ônibus no sábado e o incendiaram antes que a estudante Mama Galledou, 26, conseguisse escapar. Ela sofreu queimaduras em 60 por cento de seu corpo.

``Estamos nos esforçando muito para solucionar esse crime inaceitável, crime esse pelo qual os responsáveis vão responder'', afirmou. ``Tenho esperanças de que novos elementos surjam no caso dentro dos próximos dias.''

Sarkozy, que é amado e criticado com uma paixão semelhante devido a suas declarações duras a respeito de questões de segurança, foi atacado por esquerdistas da oposição devido à onda de violência na periferia de cidades francesas.

Eleições

A esquerda acusou-o de dedicar-se mais à eleição presidencial do próximo ano do que a suas obrigações como ministro do Interior. Sarkozy é apontado como favorito para concorrer ao cargo pelo bloco conservador.

``O problema não é a falta de firmeza'', disse Dominique Strauss-Khan, que espera participar do pleito como candidata do Partido Socialista. ``Trata-se de falta de eficiência. E o problema de Sarkozy é que, durante quatro anos, ele não se mostrou eficiente'', afirmou Strauss-Khan à rádio RMC.

Segundo o ministro, a polícia havia encontrado indícios de que alguns dos agressores eram jovens. Mas Sarkozy não quis fornecer maiores detalhes sobre as investigações. O primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, pediu que testemunhas do ataque se apresentem. O premiê disse que as eventuais testemunhas poderiam manter-se anônimas se assim desejarem.

``Isso é um dever cívico'', afirmou Villepin, após realizar um encontro especial com membros do governo, na segunda-feira, a fim de discutir a questão da segurança no sistema de transportes públicos da França.

O ataque de Marselha aconteceu depois de vários ônibus da região de Paris terem sido incendiados nas últimas semanas. Esses ataques não deixaram feridos já que os agressores esvaziaram os veículos antes de atear fogo neles.

A polícia avisou sobre o perigo de sair do controle a onda de violência verificada antes do aniversário do início dos ataques anteriores.

Várias dezenas de pessoas foram detidas no final de semana após jovens terem incendiado carros e atirado pedras contra policiais. Mas o ministro do Interior do país disse que os dois últimos dias haviam sido ``relativamente calmos.''

Nos primeiros seis meses de 2006, foram queimados cerca de 21 mil carros e foram registrados 2.882 ataques contra instalações da polícia, do corpo de bombeiros e de serviços de ambulância.

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