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Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França pensam além da atual resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizando ação militar para proteger civis na Líbia e agora querem uma mudança de regime, afirmou nesta sexta-feira o ministro de Defesa francês, Gerard Longuet.

Falando a líderes dos principais aliados ocidentais, o ministro disse que seria "impensável" que Muamar Kadafi permanecesse no poder. Longuet admitiu que isso vai além da resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia. "Mas eu acho que, quando três grandes potências dizem a mesma coisa, isso é importante para as Nações Unidas, e talvez um dia o Conselho de Segurança faça outra resolução".

Na quinta-feira, as diferenças sobre como lidar com a crise na Líbia começaram a se aprofundar, quando o grupo dos emergentes Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pediu que o uso da força fosse "evitado". O presidente russo, Dmitry Medvedev, foi além e disse que a resolução do Conselho de Segurança não autoriza a ação militar do tipo da realizada por jatos de ataque da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de alguns países árabes.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, o norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, assinaram artigo conjunto advertindo que a ação militar não parará até a queda de Kadafi.

Longuet minimizou as divergências, dizendo que Rússia, China e Brasil "iriam naturalmente retardar" o processo antes de se adotar uma nova resolução no Conselho de Segurança sobre a Líbia do tipo da desejada pela França. "Mas qual dos grandes países pode aceitar que um chefe de Estado possa resolver seus problemas disparando contra sua própria população?", questionou. "Nenhuma grande potência pode aceitar isso", defendeu. "Eu gostaria de ver, além da ação militar, uma abertura política para que os líbios possam se unir e imaginar eles mesmos um futuro sem Kadafi". As informações são da Dow Jones.

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