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Fogo causado por confronto entre policiais e manifestantes na cidade de Nazaire, na França. | FP PHOTO / FRANK PERRY
Fogo causado por confronto entre policiais e manifestantes na cidade de Nazaire, na França.| Foto: FP PHOTO / FRANK PERRY

A França enfrentou nesta quarta-feira (20) mais um dia nacional de protestos contra a contestada reforma da Previdência, com novas passeatas e confrontos de rua.

O presidente Nicolas Sarkozy, que propôs o endurecimento das regras da aposentadoria, disse que ordenou o desbloqueio dos depósitos de combustível do país, fechados pelos grevistas.

Sarkozy disse que os bloqueios estavam impedindo os franceses que querem trabalhar. Ele disse que, apesar dos protestos, não vai desistir da reforma - que aumenta a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos, e a idade da aposentadoria com pensão integral de 65 para 67 anos.

O premiê François Fillon disse que o Senado vai votar ainda nesta semana a reforma, que seguia em debate na Casa, enquanto estudantes protestavam foram do prédio.

O primeiro-ministro lembrou que o "confronto social" faz parte da história da França, mas insistiu que as reformas sempre "foram colocadas em prática" e depois aceitas pelos cidadãos.

Apesar da exigência de Sarkozy, a situação continua tensa, pois o desbloqueio dos depósitos de combustível ainda não foi concluído. Pelo menos três refinarias foram desbloqueadas até agora, segundo o governo.

Além disso, como muitos franceses encheram seus tanques preocupados com uma hipotética escassez, muitos postos já estavam sem combustível. Segundo o ministério do Ambiente, um quarto dos postos estava desabastecido.

A ministra da Economia, Christine Lagarde, disse ao canal TF1 que o governo espera normalizar o abastecimento de combustível em poucos dias.

Ela também pediu às pessoas que provocam tumultos em manifestações e que bloqueiam depósitos de combustível que pensem na imagem da França e na sua necessidade de acelerar sua recuperação econômica.

Enquanto isso, continuam os confrontos em várias cidades do país. O ministro do Interior, Brice Hortefeux, disse que, ao longo da semana, 1.500 pessoas foram presas.

Como na terça-feira, Nanterre voltou a ter protestos.

Os estudantes secundaristas mantiveram adesão aos protestos, com 180 escolas fechadas, segundo o Ministério da Educação.

Já nas universidades, o apoio é bastante inferior. Apenas cinco das 83 universidades da França tiveram problemas.

O dia também teve interrupções nas ferrovias e no transporte aéreo. Manifestantes também bloquearam os acessos aos aeroportos de Toulouse e Nantes.

A CGT disse que cerca de 3,5 milhões de pessoas em todo o país participaram na terça-feira (19) do dia nacional de greves e paralisações contra a reforma da aposentadoria, que paralisa o país, interfere nos transportes públicos, provoca confrontos de rua e o temor do desabastecimento de combustíveis. O Ministério do Interior afirma que 1,1 mihão de franceses foram às ruas contra a mudança das regras.

A 18 meses do fim do seu mandato, Sarkozy tem popularidade baixíssima e enfrenta pressão para desistir da reforma, o que ele diz ser impossível.

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