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Pelo menos 14 pessoas morreram, nesta terça-feira (10) em diversas localidades do sul chileno e na Argentina por causa da onda de frio que atinge os países desde o fim de semana.

O frio que afeta a Argentina deixou pelo menos oito mortos, centenas de desabrigados, estradas bloqueadas pela neve e atrasos nos aeroportos. As companhias de petróleo chegaram a baixar o preço dos combustíveis para ajudar na diminuição do déficit energético.

No sul do Chile, onde a forte onda de frio teve temperaturas que chegaram aos 18º abaixo de zero, foram seis as vítimas. Três pessoas morreram na região da Araucanía: um camponês de 56 anos, encontrado no campo onde trabalhava, uma anciã de 86 anos, no pátio de sua casa, e outro camponês, de 64 anos, em seu domicílio, segundo a polícia.

Outras três pessoas ainda não identificadas foram achadas sem vida na área rural de Chochol e Nehuentue, e na cidade de Osorno, também no sul do Chile.

As baixas temperaturas afetam também a localidade de Balmaceda, na região de Aysén, cerca de 1.700 km ao sul de Santiago, enquanto na cidade de Puerto Montt (1.000 km) o frio congelou a tubulação de água potável e obrigou o fechamento das estradas para evitar acidentes.

Na capital, Santiago, a manhã desta terça-feira (10) registrou uma temperatura recorde de 4,4º negativos na zona de Pudahuel, leste da cidade. A onda de frio ainda não deixou vítimas fatais, mas provocou um forte aumento de doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos.

Argentina

As vítimas desta terça se somam a outro indigente que morreu na segunda-feira quando uma inesperada queda de neve atingiu a capital de Córdoba, um fenômeno que se repetiu na capital argentina pela primeira vez desde 1918.

Uma mulher e seus dois filhos morreram intoxicados por monóxido de carbono em San Luis (oeste), o que se soma à morte de dois mendigos encontrados na segunda-feira nas ruas de Rosario (310 km ao norte de Buenos Aires).

Na província patagônica de Chubut (sul) um vereador do partido governista morreu congelado durante uma excursão de caça a que tinha ido com um amigo na zona andina, em meio de temperaturas que rondavam os 20 graus Celsius abaixo de zero.

Na província de San Luis, as nevascas bloquearam caminhos e provocaram a evacuação de 1.400 pessoas e o governo provincial decretou feriado administrativo para esta terça e quarta-feiras pelas dificuldades registradas no transporte público devido ao congelamento de tubulações nos postos de gasolina.

Em torno de 35 escoteiros de entre 15 e 25 anos que haviam ficado isolados pela queda de neve em uma zona serrana da província de Córdoba, foram resgatados a salvo nesta terça-feira, embora uma jovem tenha sido hospitalizada com princípio de hipotermia.

Na capital argentina, a nevasca provocou o cancelamento de vôos no aeroporto metropolitano Jorge Newbery (vôos de cabotagem), situação que se repetiu no aeroporto de Córdoba.

Na manhã desta terça-feira, ainda podia se observar uma camada de neve sobre a grama da Praça de Maio, em frente à sede governamental, onde na segunda-feira centenas de moradores comemoraram o fenômeno que deixou as altas palmeiras do passeio histórico com as folhas cobertas de neve.

A pouco comum massa de ar polar que cobre todo o território representa uma nova dor de cabeça para o governo, que pediu na segunda-feira que economizem o uso de eletricidade e gás, em meio a uma crise energética que obrigou a aumentar as importações do Brasil, Paraguai e Bolívia e limitar as exportações para o Chile.

As petroleiras Repsol-YPF da Espanha e a brasileira Petrobras resolveram nesta terça-feira abaixar os preços de algumas de seus combustíveis, como ajudar na solução do déficit energético agravado pela onda de frio.

A medida estará em vigor por 72 horas e só abrangerá os táxis, carros de aluguel e veículos utilitários com motores duplos.

Estudantes de escola pública protestaram nas ruas da capital argentina pela falta de calefação nos estabelecimentos.

O ministro da Educação, Daniel Filmus, admitiu que "há escolas com problemas". Vários centros educativos suspenderam as aulas.

O Serviço Meteorológico Nacional afirmou que a onda de frio continuará pelo resto da semana. Temperaturas mais baixas são esperadas para esta quarta-feira no centro e no norte do país.

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