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As mulheres em situação economicamente ativa e os homens com maior nível de escolaridade são os que mais emigram da América Latina, uma região que nos últimos 50 anos passou de "receptora" para "expulsora" de pessoas, de acordo com relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) divulgado em Santiago.

As conclusões apresentadas por especialistas em um seminário organizado pela Cepal são de que as mulheres latino-americanas se tornaram as principais emigrantes, superando até os homens, e de que quem deixa o continente é cada vez mais bem qualificado do que no passado.

"A migração feminina é um fenômeno que aumentou nos últimos anos, chegando até a superar a migração masculina", disse o assessor regional da Cepal Andrés Solimano.

O fato de que as mulheres tenham se tornado chefes de família influenciou a mudança na tendência migratória, explicou Solimano, no seminário "Migração e Desenvolvimento: o caso da América Latina".

Outro fenômeno é o maior nível de escolaridade dos emigrantes, em relação a seus compatriotas que permanecem no país de origem. Assim, a maioria dos emigrantes já completou o ensino médio ou a graduação, caracterizando "o fenômeno conhecido como 'fuga de cérebros'", acrescentou o assessor da Cepal.

Na Argentina, 80% de seus emigrantes radicados nos Estados Unidos e na Espanha têm o ensino médio. No Chile, esse percentual é de 71%, enquanto 24% possuem educação técnica ou universitária. Já na Colômbia, os emigrantes têm, em média, 12 anos de escolaridade.

"Os números refletem um fenômeno que se tornou comum em grande parte dos países da América Latina, e é a saída de pessoas que contam com um nível de capital humano, expresso em anos de estudo, que supera a média dos nacionais que emigram", detalhou Solimano, destacando, entre estes profissionais, cientistas, engenheiros, executivos e artistas.

Entre os fatores que favorecem a emigração de pessoal qualificado, sobressaem as condições do mercado de trabalho nacional e as dificuldades no campo da pesquisa, da ciência e da tecnologia, comuns nos países em desenvolvimento.

Em relação à faixa etária, aquela com maior freqüência relativa vai dos 20 aos 50 anos de idade, tanto em homens quanto em mulheres, afirmou Solimano, durante uma apresentação no seminário.

De acordo com dados da Cepal, 13% dos emigrantes de todo o mundo são originários da América Latina. O México contribui com o maior número deles, com 43% do total.

Os Estados Unidos são o destino preferido, acolhendo cerca de 20,5 milhões de latinos, seguido de longe pela Espanha.

As remessas enviadas para seus países pelos emigrantes somaram 62,3 bilhões de dólares em 2006, o que se tornou uma importante fonte de receita para a América Latina.

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