O ex-presidente peruano Alberto Fujimori admitiu nesta segunda-feira (13) ter dado uma indenização milionária ao ex-chefe de inteligência de seu governo, Vladimiro Montesinos, mas rejeitou a acusação penal de peculato, no início de seu segundo processo judicial público.
O advogado de Fujimori, César Nakazaki, afirmou que os 15 milhões de dólares que ele entregou a Montesinos em setembro de 2000, como "compensação por tempo de serviço", foram devolvidos depois ao Tesouro nacional.
Com a admissão dos fatos, o processo será sumário, pois não serão interrogadas mais de 20 testemunhas no caso. O presidente do tribunal, César San Martín, anunciou que a sentença poderá ser lida na sexta-feira.
O novo julgamento, com quase dois meses de atraso, está sendo realizado em uma base policial onde, em 7 de abril, Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão, acusado de endossar a matança de 25 pessoas, incluindo uma criança, durante a guerra contra rebeldes esquerdistas no início de seu governo na década de 1990.
"Aceito apenas os fatos, não aceito a responsabilidade penal, a pena, nem a reparação civil", disse Fujimori no tribunal.
Para este segundo julgamento, os promotores acusam Fujimori de "peculato e falsidade ideológica" e pediram ao tribunal pena de oito anos de prisão e o pagamento de 660.000 dólares como reparação civil ao Estado.
Fujimori, de 70 anos, vestia roupas escuras e se sentou diante do painel de três juízes. Parecia cansado no início do novo processo e em alguns momentos fechou os olhos, dando a impressão de que havia adormecido.
O ex-presidente pediu duas vezes para ser consultado por um médico, o que obrigou os juízes a suspenderem a audiência. A avaliação de seu estado determinará se ele comparecerá à próxima sessão, na quarta-feira. Segundo fontes médicas, Fujimori sofre de hipertensão arterial e tomou remédios nos últimos dias.
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