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"Nós estamos desesperados, o trabalho não é profissional. Se ao menos nos dessem a sensação de que estão fazendo algo.'' A fala não é de um haitiano, mas da espanhola Nives Alvarez. Funcionária do Unicef, ela é casada com o belga Philippe Dewez, que ontem à tarde continuava desaparecido em meio aos escombros do quartel-general da Minustah (a missão de paz da ONU no Haiti), localizado em Pétionville, a zona mais nobre da cidade.

Principal esperança de ajuda dos haitianos, os funcionários da Nações Unidas estão concentrados em ajudar a si mesmos, centrando os esforços de resgate em suas instalações e no hotel Mon­­tana, onde moravam seus altos funcionários.

Alvarez estava por volta do meio-dia diante dos escombros do hotel Christophe, onde funcionava o quartel-general da Minustah.

Muito nervosa, ela disse que os serviços de resgate estão atrasados e descoordenados para a busca de cerca de 70 pessoas que estariam no prédio desabado. "As pessoas sobrevivem por três dias, e já estamos no segundo. É frustrante saber que tem gente dentro e nada acontece."

A funcionária do Unicef afirmou que uma equipe americana havia estado ali pela manhã, mas deixou o local após resgatar um cidadão daquele país. "Agora, vieram os chineses de Taiwan. Por que as duas equipes não trabalham juntas?'', questionou.

Além dos chineses, a remoção dos escombros era feita por militares brasileiros, com a ajuda de uma escavadeira.

Quilômetros mais acima, mais equipes de resgate estrangeiras trabalham nos escombros do hotel Montana, o mais luxuoso do país, onde morava a cúpula da Minustah.

No topo, uma equipe espanhola tentava resgatar três pessoas ainda vivas.

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