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Ainda restavam mais de cinco horas antes do fechamento oficial das urnas no Paraguai quando o vice-presidente do TSJE (Tribunal Superior de Justiça Eleitoral), Juan Manuel Morales, disse a jornalistas que os resultados já apontavam um vencedor, e que a tendência era "irreversível".

Apesar de não citar quem seria o vencedor, depois Morales declarou: "[o candidato liberal] Efraín Alegre terá que reconhecer a realidade", insinuando a derrota do candidato governista à Presidência frente ao colorado Horacio Cartes.

As declarações caíram como uma bomba nas eleições que transcorriam, até então, de modo tranquilo.

O presidente do TSJE, Alberto Ramírez Zambonini, logo desautorizou "completamente" as declarações de seu vice. "Não temos nenhum organismo de pesquisa ou resultados de boca de urna", disse Zambonini. Para tentar justificar o escândalo gerado pelo colega, o presidente do tribunal deu, ele mesmo, uma declaração infeliz: "O ministro Morales já é um homem de idade... e com isso digo tudo".

Segundo Morales, a Justiça eleitoral tem "acesso a muita informação", mas não quis dizer a fonte que usou para fazer as declarações.

As urnas foram abertas às 7h deste domingo e, desde as 10h, os canais de TV e jornais paraguaios já divulgam resultados de boca de urna parciais, mas sem dizer o nome dos candidatos. A grande maioria dava mais de dez pontos de diferença para o candidato na liderança.

O candidato liberal acusou Morales de delito eleitoral, por favorecer um candidato e gerar "desconfiança" entre os eleitores. "Repudiamos e rechaçamos suas declarações, porque são falsas. Ele induziu [os eleitores] a pensar como se desenvolverá o processo eleitoral", disse Alegre.

O candidato liberal ao Senado Blas Llano anunciou que entrará com uma ação contra Morales. "Se trata de um dos membros do TSJE, que tem que garantir a ausência de delitos eleitorais. Por isso, é duplamente grave", disse Llano. "Vamos usar todos os meios jurídicos e políticos a nosso alcance."

Nos centros de votação, alguns eleitores se revoltaram com as declarações do magistrado.

"O que vamos fazer, nós, como eleitores? Deixar de votar depois dessas declarações? É uma vergonha", disse dona de casa Carmen Valenzuela, 49.

As urnas fecham às 16h (17h de Brasília). O resultado oficial é esperado para as 20h (21h de Brasília).

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