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Bagdá (AE/AP) – O primeiro-ministro interino do Iraque, Ibrahim al-Jaafari, se recusa a apertar a mão da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. Dois médicos são assassinados por tratar pacientes mulheres. Nove homens são mortos a tiros enquanto estavam sentados em uma das margens do Rio Tigre tomando bebidas alcoólicas.

O fundamentalismo islâmico que penetra na outrora secular sociedade iraquiana desde a invasão norte-americana, há três anos, está se intensificando. Alguns temem que o Iraque possa se transformar hoje no que foi o Irã da primeira década da chamada Revolução Islâmica, ocorrida em 1979.

O crescente fundamentalismo, como também os estreitos vínculos do governo com o Irã, vêm alimentando o temor de uma possível guerra civil contra a minoria árabe sunita, antes dominante, e a maioria muçulmana xiita, que compartilha as crenças islâmicas da maioria dos iranianos. Muitos se perguntam se o esforço dos Estados Unidos para criar um governo secular poderia acabar forjando um Iraque semelhante ao Irã.

"Se este ainda não é um Estado islâmico, estamos caminhando em direção a um", disse em tom de advertência Mohammed al-Ani, de 23 anos, um estudante universitário árabe sunita, em Bagdá. "Será uma república islâmica de fato, embora não no nome". Alguns, no entanto, dizem que tais preocupações são exageradas. Destacam que os grupos minoritários étnicos e religiosos iraquianos são mais fortes que os do Irã, o que em tese impediria a formação de um Estado religioso xiita.

Os pessimistas sustentam que esse mesmo argumento prevalecia no Irã durante a Revolução Islâmica, quando os liberais e esquerdistas supunham equivocadamente que conseguiriam tirar do poder os clérigos xiitas depois que o xá fosse derrubado.

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