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O furacão Félix matou pelo menos 38 pessoas e deixou cerca de 80 desaparecidos na costa da Nicarágua, onde destruiu milhares de moradias precárias, disse o governo na quarta-feira. A Marinha ainda tenta alcançar comunidades em ilhas próximas à costa, inacessíveis desde a passagem na terça da tempestade de categoria 5, a mais destrutiva.

- Tínhamos 21 mortos ao meio-dia e agora são mais 17. Essa cifra tende a subir - disse Ramón Arnesto, chefe do Sistema de Prevenção de Desastres. - Há uma boa quantidade que está desaparecida, não sabemos, podem ser mais ou menos 80 pessoas - completou ele, em referência aos cerca de 140 pescadores que estariam desaparecidos.

O presidente Daniel Ortega disse que 9 mil casas foram destruídas na região, e moradores trabalham com a polícia e com soldados para tentar retirar das ruas dezenas de árvores arrancadas pelo vento.

Em 1998, mais de 10 mil pessoas morreram nessa parte da América Central por causa do furacão Mitch.

Depois de entrar no território de Honduras, na terça-feira, Félix perdeu força e foi rebaixado a depressão tropical. Desta vez, a capital hondurenha, Tegucigalpa, foi poupada de maiores estragos, sofrendo apenas com uma garoa. Não há registro de mortes no país.

Cerca de 40 mil pessoas foram levadas para abrigos, mas cerca de 15 mil não conseguiram transporte e tiveram de se esconder em suas próprias casas. Cafeicultores da Nicarágua e de Honduras disseram que não há sinais de danos às safras, vitais para a economia de ambos os países.

- Pode haver graves danos e perdas materiais e humanas - disse o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, temendo ver repetida a tragédia da passagem do furacão Mitch, que em 1998 matou cerca de 10 mil pessoas na região.

Félix é o segundo furacão consecutivo a chegar em terra na categoria 5, algo inédito. Em agosto, o furacão Dean, também alcançou o topo da escala, matou 27 pessoas em sua passagem pelo Caribe e o México.

No Pacífico, o furacão Henriette já atingiu Los Cabos, balneário na Baja Califórnia, atravessa o golfo da Califórnia e deve entrar novamente no território mexicano. Um turista estrangeiro que passeava na praia de Los Cabos morreu arrastado por uma onda na segunda-feira, quando a tempestade se aproximava.

Apesar do crescente consenso de que o aquecimento global pode provocar mais ciclones tropicais, meteorologistas acham prematuro atribuir os violentos furacões consecutivos ao efeito estufa. Nesta temporada, que começou em 1º de junho e deve se estender até 30 de novembro, foram formadas cinco tormentas tropicais - Andrea, Barry, Chantal, Dean e Erin, das quais o Dean se converteu no primeiro furacão do Atlântico, chegando à categoria cinco quando atingiu Iucatã.

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