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Desmentida pela polícia, Paula agora será submetida à avaliação psiquiátrica na Suíça | Folhapress
Desmentida pela polícia, Paula agora será submetida à avaliação psiquiátrica na Suíça| Foto: Folhapress

São Paulo - A avaliação psiquiátrica da brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, que disse ter sido vítima de um ataque neonazista na Suíça em fevereiro deste ano e foi desmentida pela polícia, pode durar meses. A afirmação é da Procuradoria de Zurique. O passaporte de Paula continua retido e ela não pode deixar a Suíça. O porta-voz do Ministério Público da Suíça, Rainer Angst, confirmou os exames, mas se negou a dar mais informações, como a data de início, a frequência e a conclusão do laudo psiquiátrico. "Geralmente, demora algumas semanas ou meses até que se tenha um diagnóstico conclusivo", afirma Angst.

O pai de Paula, Paulo Oliveira, e o advogado de defesa da brasileira, Roger Müller-Silva, não têm sido localizados para comentar o caso. Paula Oliveira, que mora na Suíça, afirmou ter sido espancada por supostos skinheads em uma estação de trem nos arredores de Zurique, no dia 9 de fevereiro – os agressores teriam retalhado parte de seu corpo com estilete. Paula disse ainda que estava no terceiro mês de gestação de gêmeos e que havia sofrido aborto após a agressão. Em seu corpo, havia marcas da sigla SVP (Partido do Povo Suíço) – também conhecido como UDC (União Democrática do Centro), grupo que defende políticas anti-imigrantes consideradas racistas pela oposição.

A brasileira tirou várias fotos dos locais do corpo, que teria sido alvo de ataques criminosos. No dia 13 de fevereiro, a polícia de Zurique disse que ela não estava grávida no momento dos ferimentos. Na ocasião, as autoridades também afirmaram que Paula pode ter causado os ferimentos em si mesma. Dias depois, reportagem do jornal suíço Tages Anzeiger afirmaria que a brasileira inventou a gravidez para forçar o noivo a casar com ela e, assim, conseguir o visto de permanência na Suíça.

De acordo com a reportagem, o visto de permanência de Paula, que permite a ela trabalhar no escritório em Zurique da multinacional dinamarquesa Maersk, acaba no final deste ano. Sem o visto, ela precisaria deixar o país.

Dia 17 de fevereiro, a brasileira deixou o Hospital Universitário de Zurique, onde estava internada após a suposta agressão. No dia seguinte, ela passou, oficialmente, de vítima a suspeita. O Ministério Público de Zurique abriu um processo penal contra ela por falsa denúncia, depois que exames mostraram que Paula não estava grávida no momento da suposta agressão, como ela tinha declarado às autoridades.

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