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Ataques de rebeldes espalharam violência pelo território iraquiano no fim de semana, provocando a primeira morte confirmada de um brasileiro no país desde a invasão pelas forças americanas em março de 2003. O carioca Felipe Carvalho Barbosa, de 21 anos, que servia no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, morreu no sábado depois que o caminhão que o transportava capotou.

Barbosa estava participando de operações militares na área de Faluja, um dos setores onde ocorreram os maiores combates no país nos últimos meses. Operador de rádio responsável pelas comunicações de grupos de batalha com o comando das tropas, Barbosa participava de ações armadas apenas ocasionalmente. Ainda não se sabe a capotagem foi um mero acidente ou se foi causado por um ataque de rebeldes.

Ontem, ataques de insurgentes ocorreram em diversas regiões do país, com vários ataques a alvos civis. Um dos atingidos foi o âncora de um dos principais telejornais dos EUA, o jornalista Bob Woodruff.

Ele e seu cinegrafista, o canadense Doug Vogt, estavam na parte traseira de um veículo militar iraquiano, o que os deixou expostos ao ataques. Uma foi detonado ao lado do carro em que eles estavam. Após a explosão, houve troca de tiros entre os militares e os rebeldes iraquianos.

Ambos tiveram ferimentos na cabeça e em várias partes do corpo devido aos estilhaços da bomba. Vogt também sofreu uma fratura no ombro. Não houve informações sobre baixas entre os soldados que estavam no veículo atacado.

Os ferimentos são considerados graves e os dois foram operados ontem num hospital militar americano no Iraque, ao norte de Bagdá.

- Fomos informados pelos militares americanos e por nosso produtor no local que Bob e Doug já foram operados e os dois estão em condição estável - disse o presidente da ABC News, David Westin.

Segundo a emissora, os dois jornalistas estavam usando todo o equipamento de proteção, que inclui uma armadura à prova de balas, capacete e óculos para a proteção dos olhos.

Woodruff substituiu no início do mês o conhecido jornalista Pete Jennings, que morreu há algumas semanas, como âncora do programa World News Tonight, da ABC. Ele estreou na função no dia 5 de janeiro.

A situação dos jornalistas foi comentada pelo porta-voz da Casa Branca:

- Obviamente, estamos rezando para que Woodruff e Vogt tenham uma recuperação completa e rápida.

O Iraque é considerado um dos mais perigosos locais para a prática do jornalismo. Segundo a Comissão para a Proteção dos Jornalista, cerca de 60 repórteres já morreram no Iraque desde a invasão, em 2003. Destes, 41 são iraquianos.

O dia de ontem também foi marcado por diversos ataques a locais ligados ao cristianismo. Carros-bomba foram detonados diante de igrejas em Bagdá e Kirkuk e também da nunciatura apostólica, a representação diplomática do Vaticano no Iraque. Três pessoas morreram e nove ficaram feridas nestes ataques.

As três mortes ocorreram na explosão, às 16h30m (horário local), de um carro-bomba próximo à Igreja da Virgem, em Kirkuk, no norte do país. Quinze minutos depois outra bomba foi detonada na cidade, desta vez diante de uma igreja ortodoxa, ferindo seis civis.

No leste de Bagdá, três carros-bomba foram detonados por controle remoto diante da nunciatura; da Igreja Discípulos de São Pedro, cristã ortodoxa; e de uma igreja anglicana. Todos os ataques ocorreram entre 16h10m e 16h30m.

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