A reunião do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) encerrada no sábado, em Paris, elevou a pressão para que os países da zona do euro encontrem uma solução para a crise que ameaça o sistema bancário global. Os líderes de fora da área da moeda comum pedem que seja oferecido suporte aos bancos expostos à dívida da Grécia, país que está à beira de decretar uma moratória.
Em seu comunicado, emitido após conversas tensas que envolveram a falta de acordo sobre o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) no resgate grego, o G-20 diz que continuará garantindo que os bancos tenham capital suficiente e a União Europeia afirma que vai trabalhar para maximizar o impacto de seu fundo de ajuda, no valor de 440 bilhões de euros.
O plano contra a crise defendido pelo grupo das maiores economias do mundo se baseia em três pilares: mais ajuda financeira à Grécia, capitalização dos bancos atingidos pela crise grega e mais recursos para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Uma versão final da proposta deve ser apresentada na próxima semana.
O G-20, no entanto, deixou em aberto o debate sobre o aumento de recursos para o FMI, que seriam direcionados aos países mais afetados pela crise. Algumas das principais economias emergentes defendem que o FMI necessita de mais recursos para conter a crise fiscal europeia, ideia rejeitada pelos Estados Unidos, Canadá e outras nações desenvolvidas.
"Recursos adicionais do FMI não podem substituir o compromisso da zona do euro de alocar recursos seus para sustentar sua própria moeda", disse o ministro britânico das Finanças, George Osborne.
A reunião de Paris aconteceu em meio à crescente ameaça de a crise europeia interromper a já anêmica recuperação econômica global e gerar um novo colapso financeiro mundial.
Regulação
Os países do G-20 concordaram em elaborar uma lista com cerca de 50 bancos mundiais que estarão sujeitos a uma maior regulação. Os nomes serão apresentados durante a próxima reunião de cúpula do G-20, marcada para os dias 3 e 4 de novembro, em Cannes, informou um representante do Conselho de Estabilidade Financeira (CEF).
Após a crise de 2008, que teve início com o colapso do banco de investimento americano Lehman Brothers, reguladores mundiais decidiram impor uma sobretaxa às maiores e mais interligadas instituições financeiras do mundo, conhecidas como "SiFis", na sigla em inglês. A sobretaxa exigiria que estes bancos apresentassem níveis de capital até 2,5 pontos porcentuais mais altos que os de bancos menores.
O CEF, que reúne autoridades responsáveis pela estabilidade financeira de 24 países, incluirá sua regra para as SiFis em um pacote de políticas a ser apresentado no mês que vem durante a reunião de cúpula do G-20, disse o representante.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Deixe sua opinião