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Maquete do projeto da Tidal Lagoon Power; empresa diz que em uma década será capaz de fornecer 10% da energia consumida no Reino Unido | Juice Architects
Maquete do projeto da Tidal Lagoon Power; empresa diz que em uma década será capaz de fornecer 10% da energia consumida no Reino Unido| Foto: Juice Architects

O desenvolvimento de novos equipamentos marítimos para geração elétrica está muito atrasado em relação a outras tecnologias renováveis, como as eólica e solar.

Mas a empresa responsável por um novo projeto na costa do País de Gales considera que será muito mais fácil obter resultados positivos com sua versão atualizada da tradicional geração hidrelétrica em represas.

A Tidal Lagoon Power Limited diz que essa técnica, conhecida como energia maremotriz em lagoas, poderá gerar dentro de uma década até 10% da energia consumida pelo Reino Unido, em seis unidades. É uma estimativa otimista. Mas aqueles que têm esperança de que os mares se tornem fontes de energia estarão atentos à baía de Swansea, em Gales, onde a empresa espera obter nos próximos meses o alvará para construir sua primeira laguna.

"Se for um sucesso, as pessoas vão olhar para outras áreas semelhantes onde há alguma oportunidade de desenvolvimento", disse Douglas Arent, do Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA, no Colorado. Por exigir uma grande amplitude entre as marés altas e baixas, a energia maremotriz em lagunas provavelmente será viável em poucos lugares, como o canal Cook, no Alasca, e partes da Coreia do Sul.

Arent disse que, mesmo assim, ela poderá ser útil, pois, ao contrário do vento e do sol, as marés são previsíveis. O projeto na baía de Swansea está orçado em £ 1 bilhão (cerca de R$ 4 bilhões).

Os engenheiros pretendem construir um grande reservatório junto à costa, separado do mar por um paredão. Quando a maré sobe, a água fica mais alta fora do reservatório do que dentro. Comportas são abertas para deixar a água entrar, fazendo as turbinas girarem. Quando a maré recua e o nível do reservatório fica maior que o do mar, a água de dentro é liberada, rodando as turbinas na direção contrária. Em princípio, não é tão diferente de projetos como a barragem na foz do rio Rance, na França, ou a usina do lago Sihwa, na Coreia do Sul. Mas, pelo fato de frequentemente bloquearem estuários, essas usinas despertam preocupações ambientais. O uso de lagunas busca minimizar esse impacto.

No mundo todo, a energia maremotriz como um todo oferece uma capacidade de 500 megawatts, podendo chegar a 800 megawatts até 2020, segundo especialistas. Isso é muito pouco em comparação, por exemplo, à capacidade global dos painéis solares, que cresceu cerca de cem megawatts por dia em 2013.

A maior ameaça ao projeto é o seu custo. Um relatório que a Tidal Lagoon Power encomendou à consultoria Poyry estimou que a laguna de Swansea exigiria um preço R$ 670 por megawatt-hora, um pouco acima do valor garantido aos parques eólicos em alto mar, considerados caríssimos. Os cinco projetos que a empresa espera construir posteriormente iriam reduzir o custo para R$ 370 por megawatt-hora.

"Se você leva a sério a necessidade de descarbonizar o abastecimento elétrico, você precisa de todas as tecnologias disponíveis", disse Ali Lloyd, um dos autores do relatório da Poyry.

Uma energia confiável, mas cara, na costa de Gales

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